Luís Sequeira toma posse nos Vinhos do Alentejo e critica tarifas anunciadas pelos EUA

Perante a ameaça de tarifas de 200% sobre os vinhos europeus anunciada pelos Estados Unidos, o novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Luís Sequeira, defende que é urgente desbloquear o acordo de comércio livre com o Mercosul e reforçar a aposta no mercado canadiano.

“Nós, até há bem pouco tempo, tínhamos na Europa um problema sério de negociação com o Mercosul. Se calhar, é a altura, rapidamente, de desbloquearmos estas questões”, afirmou Luís Sequeira, em declarações aos jornalistas, em Évora, após a cerimónia de tomada de posse como presidente da CVRA.

O responsável considerou ainda que o mercado canadiano poderá ser uma alternativa a explorar, caso as tarifas norte-americanas sobre os vinhos europeus avancem.

“Com o Canadá, onde há relativamente pouco tempo se abriu um espaço enorme, por oposição ao espaço ocupado pelos norte-americanos, constitui mais uma opção, mais uma possibilidade”, sublinhou.

Luís Sequeira sucede a Francisco Mateus na liderança da CVRA e foi questionado sobre a ameaça lançada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em março, de aplicar tarifas de 200% a bebidas, incluindo vinhos, provenientes da União Europeia. Na semana passada, Trump anunciou a suspensão das chamadas “tarifas recíprocas” por 90 dias.

Entretanto, o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE), Paulo Amorim, revelou que “os EUA pararam as encomendas de vinhos portugueses e de vinhos da Europa”.

Os Estados Unidos são um dos principais mercados para os Vinhos do Alentejo, lembrou Luís Sequeira, que reconheceu a incerteza como “o pior que pode existir” na economia. A realidade atual, “o elefante na sala”, são os Estados Unidos, “um mercado importantíssimo” para os vinhos da região, mas, “quando se fecha uma porta, abre-se uma janela”.

“Qualquer que seja o desenvolvimento, mesmo que consideremos esta realidade um terramoto, as placas tectónicas têm tendência depois de encontrar um equilíbrio. O sistema, mais tarde ou mais cedo, encontra um equilíbrio”, afirmou, deixando uma nota de otimismo.

Embora admita não saber “a mínima ideia” sobre o desfecho desta situação, Luís Sequeira alertou que Portugal e o setor do vinho, em especial no Alentejo, terão de “estar preparados e [ter] muita calma nessa hora”.

“Estamos a falar de pouco mais de dois meses. Tanta coisa já aconteceu, uma coisa e o seu contrário. Vamos ter calma e aguardar serenamente os desenvolvimentos, aproveitando todas as oportunidades que, entretanto, surjam. A realidade entre um acordo entre a União Europeia, o Mercosul e o Canadá não estão tão distantes como pode parecer”, sustentou.

Sobre a nova função, Luís Sequeira manifestou-se honrado por presidir à CVRA e destacou que “o Alentejo é uma das grandes regiões de vinhos do mundo”.

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