“O caso dos passadiços do Guadiana é um exemplo claro de má gestão e de propaganda política feita à custa dos dinheiros públicos. Foi anunciado como a ‘nova atração do Alentejo’, mas acabou interrompido, mal executado e sem qualquer benefício para o concelho”, afirma.
Segundo a candidata, a situação arrasta-se sem solução: “Hoje, em 2025, continua parado, o processo de expropriação ainda não está concluído e a Câmara já devolveu quase 200 mil euros à União Europeia. Pior: ninguém calculou os custos de manutenção, nem se salvaguardou o impacto ambiental numa área sensível como o Parque Natural do Vale do Guadiana”.
Ana Moisão considera ainda que o projeto pecou desde o início pela falta de planeamento e transparência. “Os próprios caminhos de acesso à zona dos passadiços nunca foram preparados para o efeito e encontram-se em muito mau estado. Este projeto traduz irresponsabilidade, falta de planeamento e uma clara utilização eleitoralista. É urgente apurar responsabilidades e devolver confiança à população”.
Questionada sobre o peso político desta situação, a candidata atribuiu responsabilidades a décadas de governação comunista no concelho. “É o reflexo de 50 anos de governação comunista em Serpa. Trata-se de um modelo gasto, esgotado no tempo, que vive de anunciar grandes projetos em véspera de eleições mas que, na prática, deixa obras a meio e compromete o futuro do concelho”.
Segundo Ana Moisão, o problema ultrapassa um caso pontual: “O caso dos passadiços mostra bem isso: milhões de euros mal aplicados, processos sem sustentabilidade e ausência total de planeamento estratégico. Enquanto Serpa continua a perder população, serviços e oportunidades, a CDU limitou-se a gerir o dia a dia, sem visão nem ambição. É por isso que digo com clareza: chegou o momento de virar a página e construir uma alternativa que prepare Serpa para o futuro”.
No campo das propostas, Ana Moisão defende como prioridade a reabertura e modernização do Ramal de Moura, com paragem em Serpa, sublinhando a importância estratégica da ferrovia para o desenvolvimento regional. “A reabertura e modernização do Ramal de Moura, com paragem em Serpa, é uma prioridade estratégica. Estamos a falar de uma infraestrutura que pode transformar o nosso território, permitindo reduzir emissões, atrair investimento, apoiar a agricultura e a indústria, e ligar Serpa ao país e à Europa”.
A candidata lembra que esta é também uma meta alinhada com os compromissos europeus. “A União Europeia definiu metas claras para transferir parte do transporte rodoviário para o ferroviário até 2030, e não faz sentido que continuemos de fora. Infelizmente, nem a CDU nem o PS tiveram visão para colocar este tema na agenda, preferindo soluções avulsas em vez de projetos estruturantes. Eu acredito que Serpa merece estar na linha da frente e vou lutar para que esta obra seja uma realidade”.
Texto: Alentejo Ilustrado | Fotografia: D.R.











