Suspeito de crime de incêndio florestal, o arguido ficou ainda obrigado a outras medidas de coação, designadamente a proibição de permanecer em espaços florestais com objetos que possam potenciar incêndios e de contactar os intervenientes no processo. Ficou ainda impedido de adquirir material combustível.
Marco Silva, é mandatário da candidatura do Chega à Câmara de Vendas Novas, encabeçada por Jorge Alcobia Pereira, nas próximas autárquicas.
“Oficialmente, ainda é o mandatário, porque legalmente não é fácil estar a substitui-lo”, afirmou o candidato, acrescentando que, apesar disso, Marco Silva “já não está a exercer o cargo” porque “quis sair há algum tempo”. “Não pertencia às listas e nem temos já contacto nenhum com ele”, disse ainda, sublinhando que o suspeito informou a candidatura de que pretendia abandonar o partido.
Nas eleições autárquicas de 2021, Marco Silva foi cabeça de lista do Chega à Câmara de Vendas Novas, mas não foi eleito. Já tinha desempenhado também funções como coordenador da concelhia do partido.
A GNR deteve-o em flagrante delito, na madrugada de quinta-feira, junto à EM530, depois de ter sido detetado a sair da viatura e a colocar fogo na berma da estrada. “Tinha na sua posse um isqueiro, uma garrafa de álcool e jornais”, que alegadamente usava para atear o fogo, referiu fonte da GNR.
Desde domingo que os militares do Destacamento de Montemor-o-Novo realizavam diligências após o surgimento de vários focos de incêndio de madrugada naquela zona. As ignições resultaram na destruição de pasto, mas os bombeiros de Vendas Novas e Montemor-o-Novo conseguiram extinguir os fogos rapidamente.
Em conferência de imprensa em Lisboa, o presidente do Chega, André Ventura, revelou ter pedido a abertura de um processo interno para expulsar Marco Silva. “Ontem mesmo, quando soube da notícia, fiz pessoalmente uma participação ao Conselho de Jurisdição do partido para que avançasse com a expulsão, se fosse o caso ainda de militância deste indivíduo”, afirmou.
Ventura classificou o suspeito como “um criminoso que tem que ser punido, como todos os outros, com uma pena longa para aprender que não se brinca com o território e que não se brinca com a vida das pessoas”.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Facebook











