“Quem suporta hoje um silêncio prolongado, um dia sem televisão, sem telemóvel, sem redes sociais, sem internet? Atraídos por tantas solicitações e provocações, esquece-se o essencial e, não raro, têm-se como únicos centros de peregrinação as superfícies comerciais e afins, tantas vezes em busca do inútil ou supérfluo”, escreve D. Antonino Dias, na mensagem para a Quaresma, publicada na sua página na rede social Facebook.
Nesse sentido, o Bispo de Portalegre-Castelo Branco partilha “algumas pistas” para que todos, “de todas as idades e condições”, possam fazer uma “verdadeira peregrinação quaresmal”, marcada por oito indicações: “Entra em ti, cala-te, escuta, reza, crê, ama, adora e partilha”,
Na mensagem intitulada “Quaresma uma peregrinação interior na alegria do encontro”, Antonino Dias explica que a Quaresma é “o tempo privilegiado para peregrinação interior em direção a Jesus, fonte da Esperança e da Misericórdia”, um caminhar tanto mais necessário “quanto mais se vive à flor da pele e voltados para fora”.
Durante este tempo litúrgico, a renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
D. Antonino Dias confirma que a renúncia quaresmal diocesana destina-se, “em partes iguais”, à “requalificação da igreja de Santo Inácio”, na Índia – na Paróquia de Samayanallur, da Diocese de Madurai, do Estado de Tâmil Nadu -, e ao Fundo Diocesano de Emergência Social, gerido pela Cáritas Diocesana, destinos que foram refletidos com o Conselho Presbiteral de Portalegre-Castelo Branco.
Recorde-se que a Diocese de Portalegre-Castelo Branco no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, acolheu jovens e cinco sacerdotes da Paróquia de Samayanallur.
“A esperança ajuda-nos a ler os acontecimentos da história e a comprometermo-nos com a justiça e a fraternidade. A escuta da Palavra, a oração, a vigilância e o jejum motivam à partilha. Partilhar é muito mais do que dar uma esmola, é opor-se ao egoísmo, é esvaziar o eu, é pensar nos outros”, conclui o Bispo.