A greve de dois dias na Sociedade Mineira de Neves Corvo foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) e iniciar-se-á na madrugada desta terça-feira. O novo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, ir-se-á juntar ao piquete de greve às primeiras horas da manhã.
Fonte sindical avança que os trabalhadores “não aceitam que a atualização salarial se limite aos valores aplicados por ato de gestão e exigem que a administração negoceie com o sindicato, para um aumento salarial justo, de 150 euros, com reflexo nas demais matérias de expressão pecuniária”.
A empresa havia avançado com uma proposta de aumento de 4,3%, tendo o administrador-delegado, António Salvador, justificado esta proposta com o facto de a empresa estar mergulhada “numa situação económica e financeira de grande dificuldade”. Em declarações à Lusa, António Salvador apontou a “forte pressão inflacionária dos custos, a desvalorização dos preços dos metais base nos mercados internacionais e a desvalorização do dólar” como motivos para as “dificuldades” da empresa.
Além desta reivindicação de aumento salarial mínimo de 150 euros, com retroativos a 1 de janeiro, os mineiros reclamam ainda “a melhoria das carreiras profissionais, promoções automáticas e medidas efetivas que salvaguardem a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos trabalhadores”.
Esta paralização prolongar-se-á até às 8h00 do próximo dia 28 e foi decidida num plenário de trabalhadores realizado no princípio deste mês, “face à falta de resposta da administração ao caderno reivindicativo e em protesto contra o corte em algumas componentes do seguro de saúde”.
Os mineiros exigem ainda o aumento em 5% do subsídio de laboração contínua e de 25% no de fundo, isto é, para os que se encontram a trabalhar no fundo da mina, onde recentemente um acidente mortal provocou a morte a um funcionário da empresa, além de negociação para a aceleração da progressão nas carreiras.