“Estamos a definir estratégias para cumprir com aquilo que lhes é devido”, disse Isabel Estevens, no dia em que cerca de 30 trabalhadores protestaram junto ao Lar de São Francisco, uma das valências da instituição.
A manifestação, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, visou denunciar a falta de pagamento dos subsídios de Natal de 2024 e de férias deste ano, além dos retroativos.
Isabel Estevens confirmou os atrasos e explicou que a verba relativa ao subsídio de Natal de 2024 “está [incluída] no PER [Processo Especial de Revitalização]”. O plano de pagamentos, homologado pelo tribunal no início do mês, “vai ser cumprido pela Santa Casa da Misericórdia de Serpa”, garante.
Quanto ao subsídio de férias e aos retroativos, a provedora reconheceu que o pagamento ainda não foi possível “por falta de liquidez da tesouraria, decorrente de vários fatores adversos” e acrescentou que a instituição estava a aguardar a homologação do PER, sem a qual “não poderia definir as estratégias e o plano de tesouraria a seguir, que é nisso que estamos a trabalhar”.
Isabel Estevens garante que será pago “tudo aquilo a que os trabalhadores têm direito”, mas escusa-se a indicar prazos, alegando que não quer criar “uma falsa” expectativa: “Estamos dependentes de outras situações, nomeadamente de verbas da Segurança Social, que nos são extremamente necessárias, e, sem que tenhamos recebido essas verbas, não podemos comprometermo-nos com datas”.
A provedora lamentou as consequências para os trabalhadores: “Não podemos, de maneira nenhuma, recuar no tempo, nem evitar todas as questões que têm sido adversas para os trabalhadores.”
A provedora reconhece que a Misericórdia de Serpa “tem uma situação financeira muito complicada”, que “se tem vindo a arrastar nos últimos sete ou oito anos”, em consequência de vários fatores.
Entre as causas, destacou “a construção da unidade médico-cirúrgica, ainda por abrir, para dar cumprimento a um acordo de cooperação com o Estado”, e as dificuldades de funcionamento da urgência do Hospital de São Paulo.
“Lutamos todos os dias para que tenhamos um parceiro para esta unidade médico-cirúrgica começar a funcionar”, afirmou, lembrando que “é uma valência equipada” e “só precisa de abrir as suas portas e começar a funcionar”.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.











