Montenegro em Évora, com vontade de vencer e uma samarra de promessa

Na reta final da campanha autárquica, Luís Montenegro passou ontem por Vendas Novas e Évora, onde reafirmou a ambição de conquistar, pela primeira vez, as três capitais de distrito do Alentejo — Évora, Beja e Portalegre.

À conversa com o candidato Henrique Sim-Sim, apoiado por PSD, CDS-PP e PPM, o líder social-democrata ouviu uma promessa simbólica: se a coligação liderada pelos sociais-democratas vencer em Évora, Montenegro receberá uma samarra alentejana. Foi a segunda vez que o líder do PSD visitou, em campanhas eleitorais, a loja onde essa oferta será escolhida, mas, até agora, saiu sempre de mãos vazias.

Questionado sobre declarações do ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho, que defendeu não deverem existir linhas vermelhas quanto a entendimentos autárquicos com o Chega, o presidente do PSD rejeitou o tema, afirmando que “é ruído” introduzir na reta final da campanha questões sobre a governabilidade pós-eleitoral. “Essa será uma decisão para os eleitores no próximo domingo”, disse.

Luís Montenegro afirmou não ter “qualquer problema em ouvir a opinião dos adversários políticos”, quando confrontado com o desafio de José Luís Carneiro de conversar mais com o PS. “Eu ouço as suas opiniões, mas nós temos as nossas. Nós temos as nossas convicções, o nosso sentido estratégico e apresentamo-nos às eleições autárquicas para ganhar e governar, ter condições de governabilidade que serão, em primeira mão, dadas pelo povo”, declarou.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se pretende ou não traçar uma linha vermelha quanto a entendimentos com o Chega, reiterou: “Não vale a pena quererem introduzir ruído no nosso foco”. E reforçou: “É ruído, é ruído completo, porque nós estamos focados em dar soluções aos problemas que as pessoas querem em cada freguesia ver resolvidos, em cada município. Já agora também, como presidente do PSD, não posso deixar de dizer que nós também estamos focados nisso a nível governativo”.

O líder do PSD foi ainda questionado sobre a necessidade de rever a lei eleitoral autárquica, como defendeu o secretário-geral do PS. Montenegro recordou que o partido “já apresentou em mais de uma ocasião projetos de alteração, quer de aprofundamento das competências, quer também do modelo de governação”, mas considerou que “a três ou quatro dias das eleições não é o momento adequado para fazer isso”. “No momento seguinte ao ato eleitoral os partidos podem e devem perspetivar para futuro, para outros ciclos eleitorais autárquicos, esse tipo de alteração”, admitiu.

Já no final da passagem por Évora, Luís Montenegro anunciou que o Complemento Solidário para Idosos vai aumentar 40 euros no próximo ano, subindo para 670 euros, medida que integrará o Orçamento do Estado para 2026. Questionado sobre se o anúncio em plena campanha poderia ser visto como eleitoralismo, respondeu: “Eu não receio nada, a minha responsabilidade é partilhar a nossa visão para o país, partilhar o sentido estratégico que, no caso do PSD, nós damos nas várias formas de intervenção que temos”. E acrescentou: “Só é eleitoralista aquilo que agrada aos eleitores”.

Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: António Pedro Santos/Lusa

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