O presidente do PSD diz que só a AD apresenta uma candidatura de esperança, segurança e estabilidade para os portugueses e criticou os seus adversários que só falam mal e aparecem “todos os dias zangados”.
Luís Montenegro falava no comício de Évora da AD – coligação PSD/CDS, que foi antecedido por uma ação de rua na zona histórica da cidade, num discurso em que, tal como aconteceu na segunda-feira, voltou a fazer uma alusão ao seu objetivo de continuar a exercer as funções de primeiro-ministro por duas legislaturas, oito anos.
Na Rua de João de Deus, no primeiro comício ao ar livre desta campanha, o primeiro-ministro defendeu que só a AD apresenta um projeto de esperança e de segurança para os mais jovens, para os trabalhadores e para os pensionistas.
Depois de invocar as medidas que o seu executivo tomou para as diferentes gerações, atacou em particular quem “procura semear o medo” junto dos reformados, alegando que “não vale a pena esse esforço, porque a realidade está à vista” – aqui, numa alusão ao aumento das pensões no último ano e ao pagamento de um suplemento extraordinário.
Neste ponto, embora afirmando que não pretendia recorrer ao passado para defender-se no atual combate político, apontou que o maior aumento de sempre de rendimentos para os pensionistas foi com os governos de Cavaco Silva, com a atribuição do 14º mês. E, pelo contrário, o congelamento e os maiores cortes aplicados a todas as pensões aconteceram em 2010 com o segundo Executivo socialista de José Sócrates.
“Não há como enganar. Podíamos aqui fazer a história, mas esse exercício é para quem está a olhar para trás e para o passado. Nós estamos a olhar para a frente”, contrapôs.
Depois de prometer esperança aos pensionistas, jovens e trabalhadores, falou de segurança, definindo Portugal como um país seguro dos pontos de vista financeiro, económico e social, mas que precisa de estabilidade política. Na questão social, por exemplo, evidenciou dados recentes que apontam para uma redução da taxa de desemprego.
Mas Luís Montenegro abordou igualmente a questão da segurança dos cidadãos, lembrando que foi criticado por ter falado ao país às 20h00 sobre esse tema a partir da residência oficial do primeiro-ministro. “Naquele dia, em que me quiseram chamar extremista, aconteceu aquilo que tem acontecido quase sempre. Sempre que o Governo faz coisas, mesmo quando faz bem, mesmo quando lá dentro eles sabem que estamos a fazer bem, mesmo quando as pessoas reconhecem, as oposições acham que está sempre tudo mal”, declarou.
Neste contexto, procurou estabelecer uma diferença entre a sua conduta quando foi líder da oposição e os que agora se opõem ao seu Governo.
“Há um ano estava aqui a apresentar propostas, não estava a falar mal de ninguém. Como oposição também alertei para o que estava mal. Mas, que diabo, andarem a dizer que está tudo mal”, lamentou, antes de deixar um repto aos seus adversários em forma de pergunta: “É preciso aparecer todos os dias zangado, todos os dias azedo, todos os dias incomodado com o sucesso do país?”
No discurso anterior, Francisco Figueira, cabeça de lista da AD no círculo eleitoral de Évora, considerou que o distrito recebeu “uma herança pesada”, mas que o atual Governo esteve ao lado do Alto Alentejo “todos os dias”.
“Houve quem não gostasse disso. E hoje estamos aqui porque houve uma coligação negativa entre o PS e o Chega que decidiu derrubar o Governo da AD. Concentrem o voto na SAD para devolver a estabilidade ao país”, declarou.
Francisco Figueira defendeu que na região há obras nos setores da saúde, no regadio e na cultura, com apoios aos jovens e mais idosos, com a revalorização de 19 carreiras da administração públicas.
“Os professores esperaram 19 anos até que lhes fosse reposto o tempo de serviço. Como diz o primeiro-ministro, o foco central da nossa ação política são as pessoas. Ao que, por protesto, votam à esquerda e à direita, peço que olhem para o trabalho do Governo e concentrem o voto na AD”, acrescentou.
Fotografia | Miguel A. Lopes/Lusa