Em comunicado, o presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, diz que Isaclino Palma “ficará para sempre na nossa memória como o oleiro que colocou mestria genial nas mãos para esculpir no barro diversos momentos históricos da nossa vida coletiva em Beja”.
Segundo o autarca, são disso exemplo os trabalhos que recriam a “Batalha de Beja” entre Gonçalo Mendes da Maia e o Rei Mouro, a “Lenda do Touro e da Cobra” ou a grande paixão da freira Mariana Alcoforado por um militar francês.
Este ofício eleito, apesar das suas deambulações pelo desenho, pelo talhar de figuras em madeira e outros enumerados, permitiram-lhe contactar com personalidades como a professora Maria Isabel Covas Lima, os professores Abel Viana e Janeiro Acabado, Presidentes da República, como Mário Soares ou Jorge Sampaio, os cantores Carlos do Carmo, Simone de Oliveira e Paulo de Carvalho, o escritor Manuel da Fonseca e os poetas António Aleixo, António Gonçalves Correia e João Honrado, entre outros.
A Câmara Municipal de Beja haveria de reconhecer-lhe o mérito e a criatividade ímpar quando, em 2021, o agraciou com a Medalha de Mérito Artístico e Cultural.
Isaclino Francisco da Palma acompanhou a vida de Beja durante quase um século. Era por todos conhecida a sua paixão pelo futebol, modalidade desportiva onde foi jogador, treinador amador e árbitro. Sempre se mostrou orgulhoso do seu serviço militar como dragão de Olivença, em Estremoz.
“A cidade não esquece o seu sorriso e o bom acolhimento nos anos que dirigiu o antigo café Isaac”, acrescenta o autarca, lembrando que “As mãos que trabalham o barro” é a designação da exposição permanente de Isaclino Palma no Clube Unesco para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, na cidade de Beja.
A Câmara Municipal de Beja informa ainda que o corpo de Isaclino Francisco da Palma estará em câmara ardente na capela mortuária de Beja, realizando-se o funeral esta quinta-feira, dia 13 de março, pelas 10h00.