Numa nota publicada na página de internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lembra Fernando Emílio, há muito radicado em Évora, como um “apaixonado pelo jornalismo” e “conhecedor profundo do ciclismo, com destaque para a sua presença assídua junto ao pelotão em 50 edições da Volta a Portugal” em bicicleta. Mas, também como um “exímio relatador”, em especial de hóquei em patins, considerando que “foi e será sempre uma referência de qualidade e humanismo para todos os profissionais da comunicação social”.
Aos 77 anos, e com uma longa carreira na comunicação social, iniciada da rádio com relatos de futebol e hóquei em patins, Fernando Emílio faleceu, vítima de doença oncológica, no mesmo dia do ciclista Joaquim Agostinho. O funeral realizar-se-á este domingo, em Évora.
“Apaixonado por ciclismo, também se evidenciou nas reportagens radiofónicas de ciclismo, antes de enveredar pela carreira na imprensa. Ao longo de quase duas décadas, escreveu sobre ciclismo no jornal A Bola, sendo um dos jornalistas com maior paixão e conhecimento sobre a modalidade, reconhecido por diferentes gerações de profissionais de comunicação, em Portugal e no estrangeiro”, sublinhou em comunicado a Federação Portuguesa de Ciclismo, que em abril de 2023 lhe atribuiu o título de sócio de mérito, uma distinção ocorrida “antes da manifestação da doença que o retiraria da presença próxima do pelotão”.
Em entrevista dada há cinco anos à Rádio Comercial, José Emílio contou que o primeiro relato que fez foi em Silves, acompanhando um jogo do União de Montemor, cidade onde vivia, que não correu nada bem: “O homem dos CTT atrasou-se, estava o fio [telefónico] pendurado e eu não sabia como aquilo funcionava”.
Natural de Ciborro, em Montemor-o-Novo, Fernando Emílio iniciou a sua carreira de jornalista nos Emissores Associados de Lisboa, em 1973, e passou pela Rádio Comercial (1975-2005), antes de se dedicar em exclusivo ao jornal A Bola.
“Foi com enorme tristeza que tomei conhecimento da morte de Fernando Emílio, nome grande do jornalismo que durante décadas nos deu a conhecer as histórias e aventuras do ciclismo nacional, com destaque para a Volta de Portugal”, lamentou a Federação Portuguesa de Futebol, numa nota de imprensa onde refere que o jornalista “deixa um legado de dedicação ímpar e respeito pela profissão que abraçou, e sei que deixa muitas saudades a todos os que o conheceram ou tiveram o privilégio da sua amizade”.