Maria do Céu Ramos: “Não sou recém-chegada à Capital Europeia da Cultura”

Está empossada a direção da Associação Évora_27, que irá organizar a Capital Europeia da Cultura. O momento contou com a presença do primeiro-ministro e foi aproveitado pela presidente, Maria do Céu Ramos, para recusar a “partidarização” da estrutura e para lembrar que não chegou agora ao projeto.

“Tenho muita alegria em não ser uma recém-chegada”, disse Maria do Céu Ramos aos jornalistas, momentos depois de ter tomado posse como presidente da Associação Évora_27, numa cerimónia realizada esta quarta-feira, ao final da tarde, no Palácio de D. Manuel. A nova presidente lembrou que a sua ligação ao projeto vem “desde a primeira hora”, quando passou a representar a Fundação Eugénio de Almeida na equipa de missão que concebeu a candidatura.

“Este processo começou bem, porque começou há sete anos e eu estive no princípio desse processo. Tenho muita alegria em não ser uma recém-chegada ao Évora 27 e estar desde a primeira hora na comissão executiva e da candidatura”, sublinhou.

Conforme avançado em primeira mão pela Alentejo Ilustrado, a coordenadora da equipa de missão que elaborou a candidatura, Paula Mota Garcia, bem como a então responsável pela comunicação, Maria Miranda, anunciaram a sua desvinculação do projeto, numa decisão criticada pela generalidade dos partidos políticos, por entre acusações ao PSD de estar a “partidarizar” a estrutura que irá organizar o evento.

“Não há qualquer fundamento para esse tipo de argumentação”, contrapõe Maria do Céu Ramos, que momentos antes ouvira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, puxar pela dimensão regional da iniciativa, considerando que a Capital Europeia da Cultura será “expressão da identidade” da região.

“Será”, disse Luís Montenegro, “uma expressão de de tudo o que significa a identidade de Portugal e da identidade deste conjunto de comunidades que compõem o Alentejo”. O primeiro-ministro considerou ainda que esta será uma oportunidade “de promoção desta terra” se forem cumpridos dois “desígnios”: a criação artística, “que vai além do património, identidade e tradição”, e a requalificação e construção “de alguns espaços mais nobres”.

Luís Montenegro apontou ainda prioridades à nova direção. Desde logo, o “lançamento do convite aberto à apresentação de projetos pelos agentes e criadores culturais locais e regionais”, que estava anunciado para o início desde ano, mas também a “urgência do financiamento” para o futuro Centro Cultural de Utilizações Múltiplas [pavilhão multiusos], a construir nas proximidades das Portas de Avis, que será o investimento mais caro no âmbito da candidatura, 12 milhões de euros, para o qual será necessário lançar um concurso público internacional. 

Além de Maria do Céu Ramos, tomaram também posse António Costa da Silva e Bruno Fraga Braz, respetivamente diretores financeiro e de comunicação, numa direção que só ficará completa com os diretores executivos e artístico, cujo lugar será ocupado depois da realização de um concurso público internacional.

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