Nuno Melo respondia, na comissão parlamentar de Defesa, a uma pergunta colocada pelo PS, depois de recentemente ter sido noticiada a eventual transferência do Campo de Tiro para os concelhos alentejanos de Mértola e Serpa, devido à construção do novo Aeroporto de Lisboa, em Alcochete.
“Não temos Mértola como localização, nem Bragança, nem Famalicão, nem nenhum outro ponto do país, não há nenhuma decisão tomada”, respondeu Nuno Melo.
De acordo com o ministro, o Governo vai solicitar “os estudos necessários que do ponto de vista técnico, científico e militar” permitam escolher uma localização, algo que não será feito sem envolver os autarcas.
“Eu fui autarca 20 anos e, portanto, se há coisa que eu respeito é o hábito de atuação próprio junto às populações do poder local. Evidentemente nem nos passava pela cabeça avançarmos com uma decisão contra o campo de tiro sem que os autarcas envolvidos fossem chamados”, sublinhou.
Ainda durante a audição, o ministro da Defesa afirmou que o Governo pretende ter uma participação entre 35 e 51% numa futura fábrica de munições, cujo investimento deverá rondar os 45 milhões de euros e criar “mais de 100 postos de trabalho”.
“O que pretendemos é uma participação significativa entre 35% e 51%. A fábrica poderá estar operacional em mais ou menos três anos. O investimento esperado, supõe-se, será à volta de 45 milhões de euros, sendo que também há possibilidades de entregas em espécie, mas com uma criação de mais de 100 postos de trabalho”, adiantou.
Em resposta a perguntas do PS, Nuno Melo começou por criticar “a forma precipitada” como os socialistas “geriam a coisa pública”.
“Nós queremos partir para projetos, mas suficientemente pensados, o que significa que nós não queremos uma fábrica de munições por uma fábrica de munições. Queremos uma empresa que seja capaz de criar munições, gerando lucro para que depois não se transforme num buraco para o Estado”, salientou.
O Governo espera uma recuperação do investimento entre cinco a 10 anos, “tendo em conta um plano de negócios que está, obviamente, também a ser tratado”, adiantou Nuno Melo, revelando que há um memorando de entendimento que está a ser trabalhado, um grupo técnico a analisar “detalhes logísticos”, e projetos a ser elaborados que serão apresentados “a seu tempo”.