PUBLICIDADE

Nuno Mourinha: “Batatada”

A opinião de Nuno Mourinha (arqueólogo)

Sabem onde é que há batatas fritas boas? Batatas fritas mesmo boas, mesmo mesmo boas, mesmo daquelas batatas boas, daquelas que um gajo olha e diz: “Eh, batata boa!”, mesmo boas, mesmo batatas boas, não é como as lá de casa! É mesmo batatas mesmo boas, que um gajo fica a olhar que são mesmo boas, batatas mesmo boas, boas? Sabem? 

Aparentemente, em Beja. E se há coisa a que os nossos políticos – daqueles que um gajo olha e diz “Eh, mesmo político!” – apreciam é uma boa batata frita. 

Não será, portanto, motivo de espanto a grande romaria política à Ovibeja deste ano. Da esquerda à extrema direita. Embaixadores, ministros, primeiro-ministro e Presidente da República, todos deram lá um saltinho. Isto de encontrar a melhor batata frita é uma arte e não é para qualquer um! Mas quando é feita a descoberta todos os quilómetros percorridos valem bem a pena.

O Presidente Marcelo será um dos mais veteranos especialistas em batata frita do nosso país. Dizem, as más línguas, que antes de ser presidente ia com regularidade ao Café de São Bento. O então comentador político estava no bar à espera de mesa (o restaurante estava à pinha) e, cheio de larica, a cada prato que saía com batatas fritas surrupiava duas (ou três). Andou a roubar batatas fritas a toda a gente. Lá diz a bíblia sagrada, “O ladrão não é desprezado se, faminto, rouba para matar a fome”. 

Marcelo Rebelo de Sousa tem uma dieta peculiar à base de ginjinha e fortimel. Quando o suplemento alimentar já não é suficiente tem de desviar umas batatitas para saciar a lazeira. Assim, não é motivo de admiração que seja o “voluntário mais assíduo” do Banco Alimentar Contra a Fome.

Na Ovibeja, o Presidente reincidiu no delito. Sem cerimónias, fez uma paragem abrupta e, para espanto de todos, incluindo a conviva em questão, decidiu tirar batatas fritas da travessa deposta na mesa. O que nos espera? No final do mandato presidencial teremos de devolver centenas de milhões de euros, milhares de obras de arte como compensação pela escravatura e massacres em África… e quatro batatas fritas aos palitos a uma família de Beja.

Em Estremoz decorria, em simultâneo, mais uma FIAPE. A trigésima sexta. Um evento de excelência Contudo, a participação política foi bem mais modesta. Não que isso queira, necessariamente, dizer que a qualidade seja inferior. Que tenha menos peso político. Nem mesmo que a visibilidade de Estremoz seja menor. Simplesmente, em Beja há batatas fritas mesmo (mesmo) boas!

Partilhar artigo:

edição mensal em papel

PUBLICIDADE

Opinião

PUBLICIDADE

© 2024 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar