O último bastião comunista do distrito de Beja, mudou de cor política. O Partido Socialista conquistou a Câmara de Serpa com maioria absoluta nas autárquicas de domingo, terminando um ciclo iniciado em 1976, ano das primeiras eleições locais após o 25 de Abril.
O novo presidente, Francisco Picareta, não esconde o simbolismo da vitória: “O resultado em Serpa foi histórico e reflete a vontade de mudança que existe no concelho e é muito gratificante ter recebido uma maioria e um voto de confiança para os próximos quatro anos.”
Determinado a iniciar um novo ciclo de governação, o autarca afirmou “encarar o mandato com muita ambição, dedicação e vontade de melhorar o concelho”. E já tem definida a primeira prioridade: “Houve uma oportunidade perdida, há uns anos, que a [então] governação da autarquia resolveu não aceitar, mas queremos realizar essa obra e garantir o financiamento para que seja efetuada. É uma obra estruturante para o concelho.”
A requalificação da Escola Secundária de Serpa é, segundo Francisco Picareta, o ponto de partida para um projeto mais amplo de modernização das infraestruturas públicas. Entre as medidas anunciadas, o presidente eleito destacou ainda “a reorganização dos serviços municipais, a requalificação do centro de saúde e da escola de Vila Nova de São Bento e a reabilitação dos parques empresariais”.
Apesar da ambição, o autarca evita reduzir o seu plano a uma só bandeira: “Dizer que há uma medida específica seria pouco, queremos fazer um desenvolvimento integrado e tomar estas primeiras medidas com muita vontade e ambição.”
Francisco Picareta fez ainda questão de sublinhar o “trabalho de equipa” que conduziu o PS à vitória, destacando o contributo de Ricardo Mestre, antigo secretário de Estado da Saúde, agora eleito para a Assembleia Municipal.
O PS venceu em Serpa com 41,25% dos votos e quatro mandatos, enquanto a CDU (PCP/PEV) obteve 33,62% e três mandatos.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Arquivo/D.R.











