Trata-se de uma manifestação artística que põe em evidência o domínio das competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais aplicados à olaria. A loiça decorativa de Redondo, como também é conhecida, segue métodos e técnicas produtivas multi-seculares semelhantes às demais olarias nacionais.
A prática de decoração de olaria de Redondo é assegurada pelas seguintes olarias: Olaria Baeta ou Poço Velho, Olaria Jeremias, Olaria Pirraça de Manuel Inácio Farias Pirraça e Olaria XT. Tradicionalmente as vias de transmissão têm-se sucedido na relação mestre-aprendiz em contexto familiar e também profissional.
Contudo, a decoração apresenta padrões estéticos únicos recorrendo a policromias exuberante e temáticas de índole eminentemente popular, que lhe conferem singularidade no contexto cerâmico nacional.
De acordo com o PCIP, “apesar do saber-fazer se manter ativo, o número de artesãos é reduzido, o que torna a atividade frágil em termos de dinamismo e vitalidade”. Atualmente encontram-se ativas oito pintoras e um oleiro, que realiza também a decoração das peças.
“O número reduzido de detentores desta arte torna absolutamente necessário um plano de salvaguarda e valorização através de formação formal e oficinal do saber-fazer”, acrescentou.
O registo foi proposto pela Câmara de Redondo, que “realizou trabalho de investigação consistente com o objetivo de aprofundar o conhecimento das técnicas de decoração” da olaria, prossegue fonte do Instituto, sublinhando que a inscrição “reflete os critérios” definidos, como “a importância da manifestação do património cultural imaterial en- quanto reflexo da respetiva comunidade ou grupo”.