Olímpio Galvão: Montemor “veste-se de gala” para celebrar a Feira da Luz

Com mais de 300 expositores, começa hoje a Feira da Luz/Expomor, que se prolonga até ao próximo dia 2 de setembro. Serão seis dias “para celebrar Montemor-o-Novo”, garante Olímpio Galvão, o presidente da Câmara. Ana Luísa Delgado (texto)

Segundo o autarca, o certame envolve um investimento superior a 900 mil euros. Por estes dias, sublinha, o concelho “veste o traje de gala para uma festa gigantesca” que constitui não só um ponto de encontro entre habitantes do concelho, muitos deles a residirem noutras paragens, como também entre os milhares de visitantes que todos os anos acorrem à feira, seja pela componente agrícola (já lá iremos), pelos concertos ou pela gastronomia.

“Há muito para visitar”, diz Olímpio Galvão, destacando uma grande exposição sobre o montado e o seu potencial em termos económicos e ambientais. Este, prossegue, é também um momento para fazer um balanço do trabalho autárquico, passados três anos sobre a mudança de Executivo no Município. O presidente de Câmara garante que os investimentos em curso e os que serão lançados no âmbito do Portugal 2030 “irão mudar a face” a Montemor-o-Novo. Entre eles inclui-se a Estratégia Local de Habitação, “com financiamento já garantido” pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ou o lançamento “até final do ano” do transporte público urbano, “uma reivindicação com décadas da população”.

Como sempre, a componente agrícola constitui um dos elementos centrais da Feira da Luz/Expomor, este ano com mais de 120 expositores e quase um milhar de animais. O certame “tem vindo a afirmar-se como o grande ponto de encontro das espécies pecuárias ligadas ao pastoreio extensivo, que ocupa 65% da área do território agrícola, e que tem grande influência na ocupação do território e nos equilíbrios dos ecossistemas rurais”, diz Joaquim Manuel Capoulas, presidente da Apormor – Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo, coorganizador do certame.

Entre concursos e leilões de gado, destaque para o colóquio “Pecuária Extensiva – o Montado como Ecossistema Natural”, agendado para a manhã de sábado, e que contará, entre outros, com a participação de Pedro Lynce, antigo ministro do Ensino Superior e professor emérito do Instituto Superior de Agronomia, José Calado, diretor regional do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, e de Jaime Piçarra, secretário-geral do IACA – Associação Portuguesa de Alimentos Compostos. O encerramento estará a cargo do secretário de Estado da Agricultura, João Moura, e do presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura.

“É fundamental que na agricultura se cumpra o papel de ocupação do território, produção de alimentos e defesa dos ecossistemas”, lembra Joaquim Manuel Capoulas, assegurando que “os verdadeiros ambientalistas são os que conseguem estar no território em permanência, a defendê-lo e a equilibrá-lo”, sendo por isso importante “criar estímulos” à regeneração dos agricultores. “São os agricultores que conseguem manter a conservação da natureza, a melhoria dos solos, a defesa do território e a produção de alimentos. Tudo isso tem de ter uma parte económica importante se não as pessoas abandonam [a atividade]”, adverte.

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