Palavras Andarilhas: A “festa da palavra contada” está de regresso a Beja 

A 17.ª edição das Palavras Andarilhas, a “festa da palavra contada” começa esta sexta-feira, em Beja, e prolonga-se até ao próximo dia 1 de setembro. Maria Frederica (texto)

O projeto nasceu em 1999, criado pela Câmara de Beja através da Biblioteca Municipal José Saramago, resultado do trabalho que esta instituição foi desenvolvendo, ao longo dos anos, na promoção do livro e da leitura. O propósito é o de potenciar a partilha de saberes e experiências, e a promoção do livro e da leitura. Pretende-se que quem passe pelas Palavras Andarilhas vá ao encontro de “uma abordagem lúdica e criativa da palavra falada e escrita e de valorização do conto e dos contadores, enquanto expressão da cultura, da memória e dos afetos de um povo”.

Carla Lopes, técnica da Biblioteca de Beja responsável pelo projeto, afirma que o balanço das 16 edições já realizadas é “muito positivo”, sendo as Palavras Andarilhas uma iniciativa “já com reconhecimento nacional e internacional”, tendo, em 2009, sido nomeada para o prémio Astrid Lindgreen, o maior prémio internacional da área da literatura para a infância e promoção da leitura.

A escolha do tema para esta 17.ª edição, “A Natureza e os Contos”, é o resultado de uma aposta na ligação do evento ao espaço que o acolhe há várias edições, o Jardim Público de Beja e, também, da necessidade de “reforçar a nossa relação com a natureza”, com a expectativa de conseguir alertar para a necessidade de preservar e valorizar a diversidade natural e fomentar a reflexão sobre a importância da natureza na nossa vida. Não por acaso, este ano haverá visitas guiadas ao próprio jardim.

À imagem das edições anteriores, entre os pontos altos do programa incluem-se as já tradicionais noites de contos, no palco principal, nos dias 30 e 31 de agosto, a partir das 21h30, e na tarde de dia 1 de setembro às 18h00, com Ana Griott, Pep Bruno e Pep Duran (de Espanha), Ana Sofia Paiva, Fernando Guerreiro e José Craveiro (Portugal), Benita Prieto, Cláudia Fonseca e Trovadoras Itinerantes (do Brasil). No dia 30 de agosto, o espetáculo de contos terminará com a intervenção da poetisa e dizedora de poesia Alice Neto de Sousa.

Este ano, o programa mantém a linha orientadora das outras edições, ou seja, irão estar a decorrer, em diferentes espaços, atividades em simultâneo, tais como tertúlias com autores, contadores e mediadores de leitura, que conversarão sobre “Literatura e Natureza”, “A Importância da Natureza nos Contos”, “Literatura Infantil e Cidadania” ou “Tradição Oral, Memória e Modernidade”. Os espetáculos de contos terão tradução para língua gestual portuguesa, pois pretende-se que esta seja também uma iniciativa inclusiva.

Destaque também para o Recanto dos Contos, nos canteiros perto do parque infantil, onde irão decorrer atividades com mediadores de leitura, para a Feira dos Livreiros e para o Mercado Andarilho. Por fim, existirão as oficinas de capacitação, dirigidas a mediadores de leitura (com acesso mediante inscrição prévia), que irão acontecer nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, e serão “uma oportunidade para partilhar o saber fazer, desde a arte de contar, ler e escutar às ferramentas para aguçar a imaginação e o ofício da escrita”.

De acordo com a responsável pela organização, as Palavras Andarilhas, através da “celebração da energia criativa singular da palavra dita e contada”, têm desempenhado um “papel preponderante enquanto fator de dinamização da própria cidade, desde a atração de turistas à animação de espaços públicos, passando pela dinamização de um vasto conjunto de atividades, consolidando-se num elemento de suporte à criação de um destino turístico e cultural”.

Carla Lopes afirma existir em Beja um “investimento na celebração de eventos culturais , de modo a promover sentimentos de pertença e identidade, assim como de valorização cultural, justificando o investimento público, e privado, tanto na vertente cultural, como na turística e económica”.

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