O acordo, diz a Pasto Alentejano, reforça “o compromisso com a sustentabilidade, a inovação e o desenvolvimento regional”. Trata-se de um contrato de longa duração, considerado “pouco comum no setor”, e que traduz uma visão partilhada entre as duas empresas: “transformar efluentes agropecuários em valor, promover a inovação sustentável e a circularidade da economia”.
Sediada em Sousel, a Pasto Alentejano é uma referência nacional na indústria agroalimentar, especializada na produção de ovinos e com mais de 70% da sua produção destinada à exportação. A empresa tem vindo a implementar uma política de Zero Waste e de valorização dos seus subprodutos, como a lã, assumindo uma estratégia de sustentabilidade que agora se alarga à gestão dos efluentes pecuários.
O acordo permitirá à Rega Energy investir mais de 40 milhões de euros na construção de uma unidade de produção de biometano em Sousel. O projeto prevê uma capacidade máxima para tratar 271.500 toneladas de efluentes pecuários por ano, através de um processo de digestão anaeróbia que converterá esses resíduos em cerca de 165 GWh de biometano, um gás renovável que será injetado na rede nacional. Segundo os promotores, este volume é “praticamente equivalente ao consumo anual de gás natural do distrito de Portalegre”.
Além do biometano, o processo irá gerar cerca de 236 mil toneladas de digerido por ano, um fertilizante natural e tratado que poderá ser devolvido aos produtores agrícolas, fechando o ciclo de valorização dos efluentes e contribuindo para reduzir a dependência de fertilizantes químicos.
O projeto é apontado como “um exemplo claro de economia circular aplicada à agropecuária”, ao transformar resíduos em energia limpa e nutrientes para o solo, promovendo “a sustentabilidade ambiental, a autonomia energética e a valorização do território”.
Para o administrador da Pasto Alentejano, Tiago Serralheiro, a parceria com a Rega Energy representa um passo decisivo na modernização e sustentabilidade do setor: “Este acordo é mais do que um contrato, é uma parceria estratégica para o setor agropecuário. Um compromisso de 25 anos representa uma geração inteira de trabalho, o que demonstra a confiança que depositamos no projeto da Rega Energy, na sua tecnologia e no impacto que queremos gerar no território”.
Ainda de acordo com a empresa, o biometano produzido em Sousel contribuirá diretamente para a descarbonização do consumo de gás e para o cumprimento das metas nacionais e europeias de transição energética, posicionando o Alentejo como um território de vanguarda na produção de energia renovável a partir de resíduos agropecuários.
Texto: Alentejo Ilustrado | Fotografia: Arquivo/D.R.











