O treinador do Lusitano de Évora, Pedro Russiano, mostrou-se emocionado com a conquista do Campeonato de Portugal, alcançada este domingo no Estádio Nacional, em Oeiras, após triunfo sobre o Vitória de Guimarães B no desempate por grandes penalidades (3-1), depois de 1-1 no tempo regulamentar e no prolongamento.
“É especial, porque este ano estive com um grupo especial, pessoas especiais, um conjunto de jogadores especial, uma equipa técnica especial e uma estrutura especial”, afirmou o técnico alentejano, destacando ainda os adeptos: “Mais especial do que tudo, são os adeptos, que são incríveis.”
Pedro Russiano reconheceu a dificuldade da caminhada até ao título, mas considerou que o triunfo foi justo: “Foi uma época de sonho, mas difícil. Acho que esta vitória foi merecida. Jogámos contra um adversário muito bom e uma equipa recheada de bons valores, mas hoje foi dia do Lusitano de Évora.”
O treinador sublinhou ainda a importância histórica do feito para o clube e para a região: “Foi uma época que marcou muito a alma lusitanista. A região esteve muito tempo afastada dos palcos profissionais, há adeptos que estiveram 14 anos na I Liga e tiveram uma ‘travessia no deserto’. Deve-se muito à direção e a todas as pessoas envolventes neste processo de renascimento do clube. É tudo mérito deste conjunto todo e um treinador não é nada sem este conjunto.”
Em relação à prestação da equipa dentro de campo, Pedro Russiano destacou a superioridade física do Lusitano: “Fisicamente fomos bastante superiores ao adversário. Não se ganha só com a técnica, é preciso estar bem fisicamente e mentalmente. Podíamos ter resolvido no prolongamento, não o fizemos, mas ganhámos nos penáltis, que se treinam.”
Sobre a grande figura da partida, o guarda-redes Duarte Martins, autor de duas defesas no desempate, o técnico foi claro: “O Duarte Martins treina e esse é o segredo dele. Quem treina mais, tem mais sucesso. O Duarte merece esta distinção de melhor jogador em campo.”
Pedro Russiano revelou ainda um detalhe curioso sobre os penáltis convertidos de forma vistosa pela sua equipa: “Aqueles dois jogadores que fizeram o penálti à Panenka treinam e estão meia hora a mais a treinar. Esse é o segredo. Não sou muito a favor desses ‘Panenkas’, mas hoje marcámos e talvez seja histórico ter dois penáltis assim numa final.”