Petição alerta: Há 600 novas habitações em Évora que podem não sair do papel

Uma petição online apela à Assembleia Municipal de Évora para a aprovação do projeto urbanístico “Moinho 2”, em Évora. Segundo os peticionários, o projeto pode ficar pelo caminho. Em causa está a construção de 589 casas, 200 das quais a custos controlados.

São casas, refere a petição, que serão “deitadas ao lixo”, ou seja, que não irão sair do papel. “Não nos resta muito tempo para salvar o futuro de Évora, assine a petição e ajude os nossos representantes eleitos a perceber que Évora precisa de crescer estruturadamente e não de subúrbios sem identidade. Não há mais tempo a perder”, refere a petição, criada pelo Movimento Juntos pela Habitação Acessível, que se apresenta como “um movimento apartidário”

A ideia é reunir o maior número possível de assinaturas e levar o caso à próxima reunião da Assembleia Municipal de Évora, agendada para dia 25 de maio, na Casa do povo de São Manços. “O tempo está a contar! Não pedimos à Câmara que construa. O que se pede à Assembleia é o mínimo – que deixe que se construa”, refere o Movimento, sublinhando tratar-se do “maior projeto estruturante habitacional” do concelho.

A história do “Moinho 2” é já longa. De acordo com o texto da petição, o projeto começou por ser aprovado em 2012, inicialmente com 945 fogos, 372 dos quais a custos controlados. De então para cá, foram vários os entraves ao arranque da obra. E, agora, o projeto “encontra-se em risco de não ser executado” de acordo com o projeto inicial. “É um bom exemplo das razões porque em Portugal a especulação imobiliária continua a imperar”.

No texto refere-se que a revisão do Plano Diretor Municipal de Évora “prevê o corte de cerca de dois terços do originalmente planeado, o que implica o completo desvirtuamento de um bairro planeado integralmente e pensado para o futuro dos eborenses. Perdendo-se centenas de habitações acessíveis de construção cooperativa e toda a infraestrutura que traria qualidade de vida ao bairro”.

Acresce que “não será desperdiçado somente todo o valor investido ao longo do tempo” para a execução deste projeto, “como serão necessárias novas e morosas diligências e um planeamento totalmente novo”.

O plano de pormenor do projeto urbanístico “Moinho 2”, oficialmente denominado como Área Residencial da Turgela foi publicado em junho de 2012, no decurso do último mandato do socialista José Ernesto Oliveira como presidente da Câmara de Évora, para “promover o desenvolvimento de uma área predominantemente residencial, mas de forma a garantir a sua plurifuncionalidade e diversidade, com oferta de lotes destinados a habitação unifamiliar e multifamiliar de promoção diversificada incluindo a cooperativa, de áreas para instalação de atividades do sector terciário e de espaços de utilização coletiva e equipamento”.

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