A notícia do encerramento a 5 de julho foi avançada pelo jornal “Expresso”, que citou o proprietário e gerente do SL Hotel de Santa Luzia. “Não há ninguém para trabalhar. Aqui em Elvas é horrível conseguir funcionários. Andava a trabalhar noite e dia, e não podia continuar assim”, contou João Simões, acrescentando que como o contrato de arrendamento terminou restavam-lhe duas opções: “Ou comprava, ou entregava à Enatur e decidi entregar”.
Recorde-se que a Pousada de Elvas foi a primeira da rede de pousadas a ser inaugurada, corria o ano de 1942.
Na entrevista ao “Expresso”, o empresário João Simões – igualmente proprietário do restaurante Cadeia Quinhentista, em Estremoz – sublinhou que o mais difícil era “assegurar equipas”. Uns dias, diz, “apareciam para trabalhar, nos outros, nem justificação davam, era eu quem tinha de fazer a noite na receção, os pequenos almoços e tudo o que fosse necessário”.
Questionada pela agência Lusa por correio eletrónico, a Enatur explicou que “pondera a solução a dar” para a preservação desse património, bem como “a reabertura do estabelecimento hoteleiro”.
A sociedade responsável pela concessão à iniciativa privada da Rede de Pousadas de Portugal adiantou que “retomou a posse plena das instalações, mantém as mesmas com presença de pessoal, bem como a respetiva manutenção”.
A cidade de Elvas é desde 2012 Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na sequência do reconhecimento da cidade-quartel fronteiriça de Elvas e das suas fortificações.
Este conjunto defensivo, considerado o maior do mundo em termos de fortificações abaluartadas, inclui o centro histórico da cidade, as muralhas construídas no século XVII, o Aqueduto da Amoreira e vários fortes, como os de Santa Luzia e da Graça.
A classificação tem conduzido a um crescimento da procura turística na cidade. Só entre maio de 2022 e maio de 20025 o número de dormidas subiu mais de 34%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística.