Projeto do Politécnico de Portalegre quer modernizar pecuária no Alentejo

Um projeto que visa transferir uma “tecnologia inovadora” que avalia o desempenho das empresas pecuárias em regime extensivo está a ser desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).

O projeto, intitulado por “ProExtensivo”, serve para “impulsionar” as explorações pecuárias no Alentejo, avaliando o seu desempenho em regime extensivo e promovendo a sua modernização e adaptação ao mercado.

Este projeto, financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), representa um investimento global de mais de 141 mil euros, tendo sido atribuídos ao IPP mais de 120 mil euros.

Noémia Farinha, professora da Escola Superior de Biociências de Elvas, explica que o projeto visa transferir uma “tecnologia de cálculo de extensividade” do pastoreio extensivo no Alentejo às empresas do sector. “Pretendemos transferir tecnologia através de uma calculadora de extensividade e que foi feita para o país inteiro e nós pretendemos adaptá-la ao Alentejo”.

Através do projeto, os responsáveis querem calcular qual é o índice de extensividade das explorações em que se pratica pastoreio extensivo. Diagnóstico, formação, ferramentas digitais, ações de demonstração e impacto, são algumas das tarefas que este projeto pretende desenvolver e que vai abranger cerca de 100 empresas da região.

Este projeto, segundo os promotores, nasceu da participação do IPP no grupo de trabalho do Centro de Competência do Pastoreio Extensivo, tendo o Politécnico começado por definir “o que é”, qualitativamente, o pastoreio extensivo.

“O pastoreio extensivo é um sistema de produção pecuário, baseado em pastagens permanentes, com produtos agrícolas pastoreáveis, com baixa utilização de fatores externos de produção, ou seja, com baixo consumo de adubos e pesticidas e que promove os serviços de ecossistema, combate a desertificação e cria condições para a fixação da população em meio rural”, sintetiza Noémia Farinha.

Uma outra fase do projeto passa por apurar dados quantitativos, percebendo como se quantifica o pastoreio extensivo, porque existem vários tipos, como explorações pecuárias que possuem mais animais ou usam, por exemplo, mais forragens. “Nós quantificámos em três níveis: 1, 2 e 3. Neste projeto pretendemos transferir esta tecnologia para o Alentejo e vamos começar por criar uma unidade modelo, fazendo inquéritos a 20 produtores pecuários para verificar se o modelo se aplica ao Alentejo”, acrescenta.

“A seguir” – prossegue – “vamos fazer 100 inquéritos a produtores pecuários para verificar o grau de conhecimento e consciencialização sobre as vantagens do pastoreio extensivo, como a preocupação com a biodiversidade, se as pessoas têm consciência da importância do pastoreio extensivo para a fixação de pessoas no meio rural”.

Uma outra fase do projeto passa pela criação de uma plataforma digital, onde vão ser colocados alguns dados das explorações pecuárias para estimar o grau de extensividade de determinada produção pecuária. “Pretendemos fazer isto primeiro de uma forma experimental e, depois, criar uma rede de explorações pecuárias onde se possam fazer ações de demonstração, de utilização desta tecnologia”.

O projeto, segundo Noémia Farinha, deverá estar a “100%” no terreno “no final de 2026, princípio de 2027”.

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