“A herança positiva do passado dos governos do Partido Socialista é algo que os eleitores não esquecem”, refere Luís Dias, que também encabeçou a lista do PS por este círculo eleitoral e foi novamente eleito deputado na Assembleia da República, tal como em 2024.

Évora foi o único círculo eleitoral do país onde o PS foi o partido mais votado, nas eleições legislativas de domingo. Ainda que tenham perdido 5.694 votos em relação às eleições do ano passado, os socialistas alcançaram agora 27,81% (23.616 votos). Além da perda de votos, os socialistas não conseguiram ganhar as eleições na capital de distrito, onde o triunfo “caiu” para a Aliança Democrática.

O presidente da federação socialista diz que o partido “já ganha naturalmente” no círculo de Évora, salientando que também desta vez o eleitorado do distrito “continuou a confiar no PS, como faz já desde 1995”.

“São tantas as obras feitas pelo Partido Socialista no distrito de Évora que não havia maneira de não termos esta confiança”, reiterou, assumindo que o eleitorado de Évora “tem consciência de que sempre que o PS esteve no poder o distrito progrediu”.

Observando o crescimento do Chega nestas eleições “à conta de questões como a imigração”, entre outras, Luís Dias assinalou que os eleitores de Évora optaram por “beneficiar aqueles que sempre os serviram, sem demagogias e populismos”.

“Mas temos que assumir a perda expressiva de votos, um pouco por arrastamento também daquilo que foram estas eleições a nível nacional e a subida nomeadamente de partidos populistas”, admitiu o dirigente socialista.

Ainda assim, segundo Luís Dias, “não foi de longe o pior resultado” que o PS alcançou em Évora, pois o partido “já teve piores resultados, mesmo vencendo”.

“Perder mais de 5.000 votos e vê-los de alguma forma entregues a partidos que não representam nada daquilo que é o PS vai merecer uma profunda reflexão, também a nível local”, refere.

Nesse sentido, o presidente desta federação socialista revelou que a Comissão Política Distrital de Évora do partido vai reunir-se, na primeira semana de junho, para analisar o resultado das legislativas.

No círculo de Évora, atrás do PS, surge o Chega, que subiu a segunda força política, com 24,82% (21.080 votos), seguindo-se a AD – Coligação PSD/CDS, que baixou de segunda para terceira força política mais votada, com 24,81% (21.070 votos).