Em comunicado, a Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista (PS) argumentou que a situação de substituição do comboio Intercidades [IC] no Alentejo “é uma afronta” e “uma falta de respeito pelas populações” da região. Para os socialistas, trata-se de uma “prova de que, quando há um problema, é sempre o Alentejo que fica para segundo plano”.
Em causa, lembra a Federação do PS, está um acidente ocorrido na Linha da Beira Baixa, no passado dia 18 de junho, que envolveu um comboio Intercidades e um camião no Fundão. Este acidente obrigou “à imobilização de material Intercidades” e a CP optou por “repor as automotoras UTE 2240 nos serviços do Alentejo, retirando novamente as carruagens confortáveis que tinham sido atribuídas” ao serviço ferroviário na região.
“Essas automotoras, pensadas para serviços urbanos ou regionais, não têm condições mínimas para percursos de várias horas, onde o conforto é essencial”, lê-se no documento, onde a Federação socialista exige “a reposição imediata das carruagens Intercidades”, assim como “igualdade no serviço ferroviário”.
O PS abordou também o caso específico do Baixo Alentejo, cujos utentes que recorrem ao transporte ferroviário e partem de Beja seguem de automotora até Casa Branca, onde trocam para o comboio Intercidades entre Évora e Lisboa e vice-versa. “Os baixo alentejanos não são cidadãos de segunda”, sublinha a estrutura socialista, argumentando que o Baixo Alentejo “volta a ser tratado como o parente pobre da ferrovia nacional”, mas “tem direito a transporte público digno, confortável e moderno, como qualquer outra região do país”.
Recorde-se que na quinta-feira passada, a Federação de Évora do PS denunciou a alteração do serviço, considerando “manifestamente inadequado para longas distâncias” o material circulante que está a ser utilizado pela CP. No mesmo dia, a Direção Regional do Alentejo do PCP também considerou que as ligações entre Lisboa e Évora “estão a ser feitas com material desadequado da procura” e destacou as “queixas permanentes dos utilizadores”.