Quer contar um conto? As Palavras Andarilhas, em Beja, dão-lhe palco

De dois em dois anos, Beja recebe a “festa da palavra contada”. As Palavras Andarilhas estão a decorrer este fim de semana. Um dos destaques é o Recanto do Conto, onde cada pessoa pode subir ao palco e dispor de 15 minutos para contar… um conto. Luís Godinho e Maria Frederica (texto)

“Este um evento diferenciador, não tem as mesmas características que uma feira ou outras iniciativas dirigidas a um grande público, mas do ponto de vista cultural é absolutamente estruturante para Beja e para o sul do território”, disse o presidente da Câmara, Paulo Arsénio, à Alentejo Ilustrado, numa entrevista “à margem” da inauguração do evento.

“A cada dois anos”, prossegue o autarca, “Beja recebe dos melhores contadores de histórias do mundo e numa altura em que as plataformas e redes digitais estão em grande crescimento, ouvirmos cada vez mais a história contada, a história oral, o conto como se ouvia no tempo dos nossos avós, faz a diferença, também pedagógica, na vida dos mais jovens e também na nossa”.

Deste ponto de vista, as Palavras Andarilhas “rompem até com a atualidade muito virada para uma informação toda ela baseada nas novas tecnologias e nas plataformas”, sublinha Paulo Arsénio, destacando a presença de contadores de Portugal, Brasil e Espanha e de “múltiplas atividades” ao longo dos três dias do certame.

Desde a 1.ª edição em 1999, e com periodicidade bienal desde 2002, as Palavras Andarilhas celebram os contadores e o seu papel na preservação da memória da tradição oral, trazendo até Beja contadores e contos de diversas latitudes do mundo. Este ano o mote da festa é “A Natureza e os Contos” constituindo-se, segundo a Biblioteca Municipal de Beja, entidade organizadora, “como um momento para reforçar a nossa relação com a natureza, a partir de oportunidades de conhecer para respeitar e preservar a diversidade”.

O programa inclui os habituais Mercados dos Livreiros e do Andarilho, há oficinas sobre as mais diversas temáticas – Vítor Encarnação, por exemplo, propõe a oficina de escrita criativa “Beja, uma Carta de Amor” -, o também habitual Recanto dos Contos, onde todos os participantes têm oportunidade para contar um conto, exposições e noites de contos.

Para este sábado (18h30) está agendada uma conferência moderada por João Pedro Mésseder sobre “Literatura Infantil e Cidadania”, com a presença de Ana Cristina Silva, romancista e professora universitária, Andreia Brites, sub-comissária do Plano Nacional de Leitura, e Pep Duran, que se apresenta como “livreiro, promotor de leitura, educador especializado, narrador oral e atualmente biblio-bosquímano”, uma vez que dinamiza uma biblioteca numa floresta de três hectares na Serra de Montseny (Barcelona).

Domingo, pelas 16h00, novas conferência, desta vez moderada pelo presidente da Associação de Escritores do Alentejo, Luís Miguel Ricardo, sobre “Tradição Oral, Memória e Modernidade”, e com Ana Sofia Paiva, atriz, autora e investigadora autora, investigadora de contos populares e mitologias do mundo, Joaninha Duarte, autora, e Pep Bruno, escritor e fundador da Associação de Profissionais de Narração Oral de Espanha.

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