Perante mais de uma centena de pessoas, Paulo Raimundo disse conhecer “os apetites” que existem em torno do concelho, lembrando a península de Tróia como um dos polos de maior pressão. “Sabemos bem as grandes movimentações, o grande investimento, a grande aposta que, por diversos meios e até diversas frentes – e grupos partidários também –, para que o povo de Grândola, os trabalhadores de Grândola e a juventude de Grândola saiam da gestão autárquica do seu território”, afirmou.
O dirigente comunista avisou que “Grândola é do povo” e que “quem manda neste território é o povo, os trabalhadores e a sua juventude, não são os interesses, por maiores que sejam”. Sublinhou ainda que há quem considere que a terra é “demasiado boa para este povo” e que por isso “deve ser retalhada, vendida às postas, entregue a este ou aquele grande interesse”.
“Se há coisa que o povo desta terra, desta terra de Abril, sabe bem, por experiência própria, é que há aqui resistência, unidade, força suficiente para travar estes interesses”, acrescentou.
Raimundo destacou ainda que a CDU se orgulha de ter “um projeto ao serviço da atividade económica e do desenvolvimento”, mas com uma marca distintiva: “aqui não há nenhuma incompatibilidade entre a atividade económica e os princípios, a identidade, um projeto ao serviço do povo e para beneficiar o povo”.
De acordo com o secretário-geral do PCP, há quem queira “fazer ao contrário: pôr o povo para segundo plano e vergar-se perante os grandes interesses”. Mas garantiu que “não vai ser assim, porque o povo de Grândola não vai permitir que seja assim. Grândola é uma terra de Abril, com uma gestão autárquica de Abril, com uma prática e uma obra que serve todos aqueles que cá vivem e cá trabalham”.
No comício, Paulo Raimundo reafirmou que a CDU tem em Grândola “uma prática, uma política, princípios e projetos” reconhecidos pela população e mostrou-se convicto de que a candidata Fátima Luzia “vai ser a futura presidente da Câmara Municipal de Grândola por vontade daqueles que mandam efetivamente nesta terra: por vontade do povo, dos trabalhadores”.
Fátima Luzia, que sucede a António Figueira Mendes como candidata da CDU, garantiu que o programa da coligação “saiu das entranhas de quem vive, trabalha e estuda em Grândola”. “Queremos continuar a construir uma ‘Grândola, Vila Morena’, onde as nossas gentes e famílias podem crescer com dignidade, onde os serviços públicos de qualidade chegam a todos, mas mesmo todos. Onde há oportunidades para quem trabalha, para quem estuda, para quem cuida dos mais vulneráveis”, declarou.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.











