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Realizadora Tatiana Ramos apresentou filme premiado no Évora Pride

Quem quis e pôde ver o filme português “Dias de cama” exibido a 5 de junho na Sociedade Harmonia Eborense, teve oportunidade no final, de trocar ideias com a sua autora, a realizadora Tatiana Ramos, também presente no evento a convite da organização, para esse efeito. Alexandre de Barahona (texto e fotografia)

A sala onde exibiam a obra cinematográfica estava repleta, aplaudindo no final, expressando desse modo a excelente recetividade do público.  Trata-se de uma curta-metragem inspirada em registos autobiográficos, e que foi filmada em boa parte na cidade de Évora e arredores, onde a artista nasceu e cresceu.

Ao terminar os estudos do secundário Tatiana Ramos “sabia que tinha uma faceta artística que queria explorar” e percebeu que o iria fazer através do cinema. Desse modo, depois de estudar teatro em Évora, resolveu ir para a Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa. 

Este foi o “meu primeiro trabalho com financiamento”, revela Tatiana, que tem em preparação outra curta-metragem, no seguimento desta, “descobri que tenho uma linguagem onírica e gosto de utilizar um registo experimental, muito sensorial”.  

Este filme “Dias de Cama” conta no seu elenco com as atrizes Isabel Cardoso e Fernanda Neves e com o ator Alexandre Ramos, entre outros, tendo sido galardoado com dois prémios em festivais internacionais (o Indie de Lisboa; e um outro na Grécia). Agora e pela primeira vez foi exibido em Évora, diz a realizadora: “Estou muito contente por isso, e que o tenha sido na [Sociedade] Harmonia, sendo um espaço que conheço bem, onde convivi na minha adolescência (…) para mais no enquadramento do Évora Pride, faz todo o sentido”.

O crítico Jorge Mourinha (jornal “Público”) destacou a propósito, a “evidente nostalgia cinéfila e elegantíssimo controlo formal aplicados a uma trama estilhaçada, propositadamente elidida no trabalho de montagem”.  

Pessoalmente destacaria a coragem de uma afirmação na jovem cineasta alentejana, e o excelente trabalho de sonoplastia (som), que é uma área onde o cinema português costuma ser negligente. A realizadora não poupa elogios a Marcelo Tavares, responsável pelo som do filme: “É um excelente profissional e amigo. Não fosse a sua amizade e não teria sido igual. Juntos passámos quase tanto tempo a cuidar do som nos seus detalhes, que do restante”.

Contudo é de facto um revestimento sonoro essencial, para um filme que dispensou os diálogos. De realçar também os derradeiros minutos da curta-metragem que oferecem um sentido único a toda a história, e nos envolve continuamente.

O programa cultural do Évora Pride continua até domingo, com várias iniciativas diárias abertas ao público, e das quais, apenas o preconceito o pode eventualmente afastar.  

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