Em comunicado, a Fenareg diz estar “totalmente alinhada com a decisão do Ministério da Agricultura” de manter estável o preço da água para os agricultores, salientando que é a posição que “tem vindo a defender” ao longo dos últimos anos. “É essencial garantir a previsibilidade no setor agrícola e rejeitar qualquer tentativa de aumento das tarifas, como voltou a ser sugerido pela administração da EDIA [Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva]”, argumenta.
A Fenareg realça que “o projeto Alqueva já previa compensar os custos energéticos com produção própria”, referindo que “o Estado deve assumir o equilíbrio financeiro da empresa pública [EDIA] ou rever a concessão da central hidroelétrica à EDP”.
Ainda de acordo com a mesma fonte, o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) “foi concebido precisamente a pensar no custo energético do transporte de água”, daí o projeto incluir, “desde a sua origem, uma central hidroelétrica”. Esta central foi “cofinanciada por fundos da União Europeia, incluindo o fundo agrícola, para mitigar esses encargos”.
No comunicado, a Fenareg diz concordar com a argumentação da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), num comunicado recente, em que lembra o estudo de uma consultora encomendado pela própria EDIA. “As receitas fiscais geradas pela atividade no perímetro de Alqueva — com destaque para a agricultura — ultrapassam largamente a despesa pública associada. Desde 2022, o saldo para o Ministério das Finanças tem sido amplamente positivo”, refere o presidente da Federação, José Núncio, citado no comunicado.
Recorde-se que presidente da EDIA, José Pedro Salema, defendeu, em declarações ao jornal “Eco”, uma atualização dos tarifários de água, com um preço mais baixo para as culturas anuais e mais alto para as culturas permanentes. Contactado depois pela Lusa, o responsável da EDIA referiu que o preço da água de Alqueva será analisado “em sede própria e no momento próprio”, mostrando-se convicto de que “qualquer alteração, a existir, será sempre validada com o setor”.
“Ainda há muita discussão para acontecer entre todos os interessados, nomeadamente no órgão próprio, que é o Conselho de Acompanhamento do Regadio de Alqueva, que reúne regularmente e onde estes temas são tratados”, adiantou
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