Citada pelo “Expresso”, Paula Fernandes, a diretor do Museu de Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, indica ter-se tratado da “primeira vez” que uma peça foi furtada da instituição, inaugurada em 2001. “Le Roi Soleil” integrava o acervo do Município de Portalegre e fazia parte da exposição permanente do museu, estando exposta na sala Jean Lucart.
Feita com base num desenho de Jean Lurcat, um artista francês nascido no final do século XIX e que é conhecido pelo seu papel no renascimento da tapeçaria contemporânea, a peça, com cerca de um metro quadrado, estava exposta numa parede e desapareceu no passado domingo, dia em que o museu foi visitado por cerca de 400 pessoas. O furto aconteceu durante o período da manhã, e foi consumado apesar do local ser vigiado por funcionários que circulam entre as várias salas do museu,
“Se fosse feita hoje, aquela tapeçaria estaria avaliada em cerca de 17 mil euros, mas vale muito mais porque foi uma doação ao museu da viúva do autor do desenho”, referiu também ao “Expresso” a diretora das Manufaturas de Portalegre, Vera Fino.
Instalado na antiga casa nobre da família Caldeira Castelo-Branco (portal do século XVIII), o Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino é um museu especificamente dedicado à apresentação, conservação e estudo de uma parcela fundamental do património artístico nacional, representado pelas Tapeçarias de Portalegre.
São dois os seus núcleos distintos, sendo que num deles se apresenta a componente histórica relativa à Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, bem como os processos técnicos de execução da Tapeçaria em si; o outro, em contrapartida, dedica-se à apresentação exclusiva de obras de tapeçaria, seguindo a cronologia da Tapeçaria de Portalegre, desde o seu nascimento – finais dos anos 40 do séc. XX –, até à atualidade.