“Rejeitamos em absoluto, o discurso do ódio, do racismo e da xenofobia”

O secretário-geral do PCP diz que o presidente da Assembleia da República “esteve mal em aceitar e vulgarizar” as declarações de André Ventura, líder do Chega, segundo o qual o povo turco "não é conhecido por ser o mais trabalhador”. São “declarações racistas e xenófobas”, disse Paulo Raimundo este domingo, em Baleizão.

Num discurso feito na habitual homenagem a Catarina Eufémia, o dirigente comunista disse que o partido “não menospreza os problemas e as dificuldades,” mas rejeitamos em absoluto “o discurso do ódio, do racismo e da xenofobia”, como o proferido por Ventura.

“Não aceitamos declarações racistas e xenófobas que promovem o ódio que querem branquear o colonialismo e o fascismo”, disse Paulo Raimundo, criticando ainda que discursos deste tipo “sejam vulgarizados”, em particular na Assembleia da República, “onde todos e cada um juraram” cumprir a Constituição.

“O presidente da Assembleia da República esteve mal em aceitar e vulgarizar este tipo de declarações”, resumiu.

Numa romagem à campa de Catarina Eufémia, assassinada há 70 anos, e que contou com a presença de João Oliveira, cabeça-de-lista da CDU às eleições ao Parlamento Europeu, Paulo Raimundo relembrou “Catarina e todas as mulheres e todos os homens sujeitos à dureza de vida – falta de trabalho, trabalho de sol a sol, salários de miséria –, enquanto uma minoria concentrava a riqueza produzida, nunca se conformaram com as injustiças e se lançaram na luta pelos direitos e pela liberdade.”

“Hoje e sempre”, prosseguiu, “homenagearmos Catarina e todos os antifascistas, muitos que deram a própria vida, outros que foram presos, torturados ou perseguidos por lutarem pela libertação do nosso povo do odioso regime fascista, desse regime terrorista dos monopólios e dos latifundiários”. 

Sublinhando o exemplo de Catarina Eufémia, “e o de todas as mulheres na luta pela sua emancipação, que ousaram dizer não às desigualdades e à total ausência de direitos a que o fascismo as procurou sujeitar”, Paulo Raimundo defendeu que “evocar” o exemplo de Catarina é também lembrar todos os que não desistem” de lutar “pela liberdade, pela dignidade de quem trabalha, e todos aqueles que não desistem da luta pela transformação social, pelo aprofundamento da democracia, por um Portugal de progresso e de justiça, por uma sociedade liberta da exploração”.

Fotografia: ©facebook.com/pcp.pt

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