Porque decidiu recandidatar-se?
Faço um balanço muito positivo do que tem sido o nosso trabalho em equipa, tanto dos eleitos como dos trabalhadores do Município e sinto que há condições para continuarmos o projeto que há três anos iniciámos e que não se esgota num único mandato. Concretizámos os projetos que estavam definidos e até orçamentados antes do início do nosso mandato, e bem, mas isso também nos retirou capacidade financeira e dinâmicas de trabalho para avançar com outros projetos e temos agora pela frente um novo quadro comunitário, o Portugal 2030.
Ou seja, com financiamento?
A Câmara de Estremoz não tem, historicamente, uma grande capacidade de fazer per si investimentos, ou os faz com fundos comunitários ou com recurso a empréstimos. Neste momento a questão está definida, sei o que queremos fazer nos próximos quatro anos, tenho equipa e estamos unidos. É possível conti- nuar a fazer mais e melhor. Temos o caminho preparado, continuamos a modernizar e a criar condições para que a nossa estrutura interna tenha uma melhor capacidade de resposta.
Nestas decisões também pesa muito a vontade pessoal.
Além dessa questão essencial, em termos de equipa, de estruturas e de projetos, é também importante o respaldo familiar para assumir mais quatro anos de missão, caso seja essa a vontade dos estremocenses. Quem abraça este tipo de missões acaba sempre por colocar para segundo plano o que é o mais importante na individualidade de cada um, a família e os amigos, daí a importância dessa disponibilidade familiar. E, depois, senti também o apoio incondicional da concelhia, da Federação e do secretário-geral do PS.
Não sendo ainda o momento de balanços…
… mas olhe que, modéstia à parte, fizemos tudo o que conseguimos no sentido de mudar para melhor a realidade do concelho. Não fizemos tudo o que queríamos, houve coisas que correram muito bem, outras que correram menos bem, mas estamos a percorrer um caminho que está bem definido, sabemos onde queremos chegar e como o podemos fazer, por isso precisamos de mais um mandato.
Vai manter a atual equipa?
Sim, os dois colegas que estão comigo [Sónia Caldeira e Luís Pardal] irão seguramente continuar. E temos tempo para preparar a restante equipa.
O que seria um bom resultado?
Quando vencemos as eleições com uma maioria relativa, disse que iria trabalhar com as condições definidas e com o maior respeito pela democracia. E assim o fizemos. Obviamente, três anos depois, tenho a noção que houve algumas situações, não muitas, que poderiam ter sido mais fáceis de resolver, noutra lógica de funcionamento. Houve momentos tensos, como a aprovação do orçamento no segundo ano de mandato, ou como a nova estruturaorgânica… assuntos que geraram, e no caso da estrutura orgânica ainda gera, algumas dificuldades. Dito isto, na generalidade, as deliberações tomadas em reunião de Câmara são aprovadas por unanimidade.
Quanto ao bom resultado?
É melhorar, claro. Se tiver mais vereadores, que é aquilo que desejamos e procuramos, será mais fácil prosseguirmos no caminho definido. Será mais fácil, sobretudo, porque terei mais pessoas com quem repartir pelouros e tarefas. Todas as áreas de atividade municipal precisam de acompanhamento e não conseguimos chegar a todo o lado pois o dia só tem 24 horas. Eu sou o presidente da Câmara, mas também o vereador do desporto, o da cultura, o dos recursos humanos, o da proteção civil, o das obras particulares… e em cada um destes seis pilares tenho serviços que têm de ser organizados. É disso que estamos a falar quando se refere a necessidade de uma nova estrutura orgânica.
Porquê?
Porque o nosso Município só tem quatro chefes de divisão e cada um deles tem, também, muitos sectores para coordenar. Isto é disfuncional. Repare, por exemplo, na Divisão de Ordenamento do Território e Obras Municipais. Ao mesmo tempo que lhe pergunto que medidas são necessárias para os processos serem resolvidos de forma mais célere, pois é isso que as pessoas esperam e que os investidores querem, também temos os projetos municipais, os concursos públicos e as empreitadas associadas aos fundos comunitários, com prazos para cumprir. Deverá haver um responsável por cada área, para conseguirmos pres- tar um melhor serviço.
Também tem referido a Cultura…
… onde o problema é igualmente flagrante, numa divisão que integra, veja bem, cultura, desporto, juventude, ação social, educação e saúde. Isto não faz sentido ne- nhum. Por isso, todas as Câmaras estão a reorganizar-se, a criar mais lugares na sua estrutura orgânica para se conseguir pensar e coordenar os vários sectores com mais eficácia.