A abertura, dia 3 às 15h00, será com a mais recente produção do Cendrev: “Florbela, Florbela”, uma criação de Filomena Oliveira e Miguel Real num espetáculo por onde passa a vida e a obra da poetisa com três personagens, três atrizes: a que representa Florbela, a atual que interpreta o papel da escritora na peça e a encenadora e autora.
“Esta peça”, sintetiza Miguel Real, “é igualmente uma homenagem à mulher portuguesa, sobretudo à mulher do interior, que, mais do que a das grandes cidades, viveu durante o regime do Estado Novo segundo um estatuto social de opressão e de humilhação”.
Já no dia 4, o Teatro Art’imagem levará “Desumanização” ao palco do Garcia de Resende (19h00). Trata-se de uma versão cénica do romance “A Desumanização”, do escritor Valter Hugo Mãe, numa dramaturgia de José Pedro Pereira, com direcção e encenação de José Leitão, fundador e director da companhia.
Esta é uma história de perda, luto e superação que nos faz questionar acerca dos limites (ou sua transgressão) da humanidade. Numa pequena aldeia abafada pela monumentalidade dos fiordes islandeses, Halldora surge em cena a partir da boca de Deus para nos contar como foi lidar com a morte de Sigridur, sua irmã gémea. Como preencher a metade que se perdeu? Como viver pelas duas? Como ocupar o outro lado do espelho?
O Encontro de Teatro Ibérico teve a sua primeira edição em 2003 numa parceria do Cendrev com o IITM – Instituto Internacional de Teatro do Mediterrâneo. Segundo a companhia eborense, “permitiu desenvolver relações no espaço ibérico que contribuíram para aproximar estas duas realidades através do conhecimento das dramaturgias e do trabalho teatral realizado em ambos os países”.
Ao longo dos anos, acrescenta, “foram estabelecidas relações com um conjunto de companhias espanholas e portuguesas com responsabilidades na gestão e programação de salas de espetáculos, o que tomou forma através do Circuito Ibérico de Artes Cénicas, criado em 2014”.
Interrompido durante vários anos, o projeto foi retomado em 2023 em virtude do apoio da Direção-Geral das Artes à programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses. “Recuperamos assim o formato experimentado no primeiro ciclo destes encontros, que prevê a apresentação de espetáculos, a participação de alguns convidados de ambos os países e aproveitar esse tempo na cidade também para conversar sobre as peças em cena. Tudo isto, naturalmente, com a implicação do nosso público”, acrescenta a mesma fonte.
Por Évora irão ainda passar “Paraíso”, do Teatro del Astillero (Madrid), “A Noite Canta os seus Contos”, pela companhia Baal 17 (Serpa), “Sahara – Crónica do Deserto”, pela Tranvia Teatro (Saragoça) e “Territórios de Liberdade”, uma coprodução lusoespanhola da Companhia Certa da Varazim Teatro (Póvoa do Varzim) e da Tanxarina Títeres (Galiza).