É outro dos concelhos onde tudo pode acontecer. A CDU está no poder desde 1976, mas o presidente da Câmara em exercício, João Palma Efigénio, não se recandidata, apesar de ser o seu primeiro mandato. Para o seu lugar a CDU avança o nome de João Dias, enfermeiro e ex-deputado do PCP.
Com a CDU em queda, e já longe dos 49% obtidos em 2017, João Dias tem enfatizado a “imensa obra realizada” ao longo de décadas e apresenta-se como “uma aposta de renovação que dá continuidade ao projeto” das últimas décadas, pretendendo “elevar o desenvolvimento do concelho a novos patamares nas mais diversas áreas e continuar a projetar Serpa na região Alentejo”.
Para baralhar as contas, João Rocha – presidente em Serpa pela CDU de 1979 a 2012 – encabeça agora uma lista de independentes à Câmara e Assembleia Municipal. O lema da candidatura é “Fazer Serpa”. E os propósitos incluem críticas à gestão municipal dos últimos 14 anos: “Queremos fazer, o que outros não fizeram, com base em planeamento, no investimento e apoio às empresas, com ligação à população e às suas organizações, reforçando o trabalho com as freguesias e valorizando os trabalhadores”.
Nesta conjuntura, Francisco Picareta, o cabeça-de-lista do PS alimenta esperanças em conseguir sair das autárquicas como presidente de Câmara. Entre as suas propostas inclui-se a criação de uma Fábrica de Negócios, a funcionar como um “espaço de apoio e atendimento dedicado aos empresários” para simplificar processos administrativos, “reduzir burocracia” e concentrar respostas num ponto de contacto direto com a autarquia.
“Aceito este desafio do PS por genuíno amor à minha terra e por sentir que este concelho está, há demasiados anos, atrofiado por uma gestão autárquica inconsequente que não tem sabido aproveitar os novos financiamentos e modelos de desenvolvimento que vemos noutros concelhos”, afirmou o candidato socialista.
Por seu lado, o PSD avança com Ana Moisão, vereadora independente depois de ter sido eleita numa lista do Chega, em 2021. A candidata aponta duras críticas à atual gestão autárquica comunista e destaca como exemplo os passadiços do Guadiana, projeto interrompido e marcado por polémicas de execução e financiamento.
“Hoje, em 2025, continua parado, o processo de expropriação ainda não está concluído e a Câmara já devolveu quase 200 mil euros à União Europeia. Pior: ninguém calculou os custos de manutenção, nem se salvaguardou o impacto ambiental numa área sensível como o Parque Natural do Vale do Guadiana”, refere.
Empresário do ramo imobiliário, Mário Cavaco lidera a candidatura do Chega com um objetivo ambicioso: “Fixar 100 novas empresas no concelho”. Promete ainda oferecer novas viaturas policiais e pressionar o Governo para reforçar o número de efetivos no concelho.
Texto: Alentejo Ilustrado | Fotografia: Arquivo/D.R.












2 Responses
pq nenhuma citacao do Joao Dias ou rederencia a uma equipa nova.
tb podira dizer q em 50 anos o PS nunca conseguio convencer…
varias formas estranhas de fazer Jornalismo
Caro leitor, no artigo constam citações de João Dias, incluindo uma em que faz referência a “uma aposta de renovação”.