O produtor José Mário afirmou que, este ano, os calibres “são melhores” na variedade Bária, a primeira a ser apanhada. No entanto, no caso da Clarinha, variedade habitualmente de calibre inferior, registou na sua exploração uma quebra “na ordem dos 70%” em termos de quantidade. Segundo o agricultor, a castanha destinada aos tradicionais magustos está a ser vendida “na casa dos três euros” por quilo.
Na zona de Marvão, beneficiada por um microclima particular proporcionado pela serra de São Mamede, predominam os soutos das variedades Bária e Clarinha, ambas com Denominação de Origem Protegida (DOP), embora existam também explorações com castanheiros Bravo e outras espécies portuguesas e estrangeiras.
Outro produtor local, Jeremias Marques, considera que a presente campanha “não está a ser nada favorável”, devido às temperaturas elevadas que levaram o fruto a cair ao chão com “pouca qualidade” e “sem humidade”.
“Há algum fruto, não é mau de todo, mas não é o calibre que desejaríamos, principalmente nas zonas de sequeiro. No regadio pode ser que exista alguma melhoria, mas nos soutos tradicionais o calibre deixa a desejar”, explicou.
O produtor indicou ainda que a castanha tradicional está a ser comercializada “entre 3,50 euros e os quatro euros o quilo”, enquanto as variedades novas, de calibre superior, atingem valores “entre 4,50 a cinco euros” o quilo.
“Mas eu não troco as mais baratas pelas mais caras”, afirmou, sublinhando a preferência pelas variedades tradicionais.
Segundo Jeremias Marques, a colheita prossegue agora com os frutos de calibre inferior, que se destinam sobretudo à indústria. “Os preços aí baixam, o que leva os produtores a equacionarem se compensa apanhar o fruto”, acrescentou.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Arquivo/D.R.











