Traço, barro e tradição: FICO arranca sexta-feira em Viana do Alentejo

A olaria tradicional e a ilustração contemporânea voltam a cruzar caminhos, de sexta-feira a domingo, em Viana do Alentejo, na 4.ª edição do Festival de Ilustração e Criatividade em Olaria (FICO), que promete dar nova vida ao barro e à tradição oleira com a presença de artistas como Mariana a Miserável, Mantraste e Júlio Dolbeth.

A arte do barro e de vários ilustradores e artistas vão ‘andar de mãos dadas’ entre sexta-feira e domingo, na 4.ª edição do Festival de Ilustração e Criatividade em Olaria (FICO) de Viana do Alentejo. Mariana a Miserável, Mantraste, Bernardo Carvalho, Kruella, Joana Lourencinho Carneiro, Mariana Malhão e Júlio Dolbeth serão alguns dos artistas que vão estar na vila.

O objetivo é que dinamizem “vários momentos ao longo dos três dias” e participem “nas demais atividades” do certame, assente também na arte e saber dos oleiros de Viana do Alentejo, diz fonte do Município.

Promovido pela autarquia, o FICO vai decorrer entre a Praça da República e o castelo, oferecendo ao público diversas atividades, como ‘workshops’ criativos, exposição, uma Feira de Cerâmica e Olaria e concertos, entre outros momentos.

Um ‘workshop’ sobre a técnica de cerâmica japonesa Raku, “utilizada principalmente na fabricação de tigelas para a cerimónia do chá, que se caracteriza pela sua rapidez e imprevisibilidade”, atividades para aprender a “Pisar o Barro”, com o mestre oleiro Feleciano Agostinho, e de escultura colaborativa são algumas das experiências práticas propostas.

Na vertente dos concertos, vão atuar Edu Miranda Trio, Milton Gulli, Tiago Bettencourt e Cantadores do Alentejo.

Para o presidente da Câmara de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte, este festival “é mais uma forma de alavancar esta tradição, a olaria, que se tem vindo a perder ao longo dos anos”. O concelho, lembrou, já teve “meia centena de olarias”, mas, atualmente, são apenas dois os oleiros em atividade, Feleciano Branco Agostinho e Feliciano Mira Agostinho, que não deixaram “morrer esta arte”.

Já o mestre em museologia Luís Banha explica que a designação olaria “define hoje um conjunto de técnicas para o fabrico manual” de peças em barro.  “Em Viana do Alentejo – sede de concelho com mais de 5.000 habitantes – esta corresponde a um dos elementos identificativos da paisagem cultural local”, realçou.

E, continuou, materializa-se “na sua cultura com toda a tradição e conhecimento de gerações inculcados nos trabalhos manuais”.

A abertura oficial do FICO está agendada para as 18h00 de sexta-feira e o encerramento, no domingo, às 18h30, vai ser feito com o concerto dos Cantadores do Alentejo.

O Festival de Ilustração e Criatividade em Olaria, cuja 1.ª edição foi em 2022, surgiu de uma colaboração entre a câmara e a associação Passa Ao Futuro, em resultado de uma residência criativa em 2021, quando quatro ilustradores foram convidados a colaborar com as olarias Feleciano Agostinho e Mira Agostinho para que juntos desenvolvessem uma coleção de peças contemporâneas de olaria pintada, lembrou o município.

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