A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo prepara-se para entregar ao Governo e à ANA, entidade gestora dos aeroportos nacionais, um plano estratégico para o desenvolvimento do Aeroporto de Beja. A revelação foi feita pelo presidente da ERT, José Manuel Santos, ao jornal “Negócios”. O documento deverá estar concluído até final do ano, ou logo no início de 2025.
“O que nós queremos é refletir com a ANA, aproveitando os investimentos que estão a ser feitos no aeroporto [pela concessionária] e com a Câmara Municipal de Beja. Até porque um destino que não aproveita. ou que não tenta aproveitar, um aeroporto, não é um destino turístico inteligente”, sublinhou.
Ainda em declarações ao “Negócios”, o presidente do Turismo do Alentejo acrescentou que o documento, que está a ser elaborado por uma equipa de consultores, será acompanhado pela realização de várias reuniões com os diversos parceiros, designadamente a ANA, para avaliar a possibilidade de atrair rotas e operadores para o Aeroporto de Beja.
“Hoje, o Aeroporto de Beja tem, essencialmente, voos VIP ou de aviação executiva que trazem turistas principalmente para a zona da Comporta”, disse ainda José Manuel Santos, referindo que “90% do tráfego de aviação executiva que chega ao aeroporto dirige-se para essa zona”, do litoral alentejano.
“Neste momento Beja tem o seu papel depois de os trabalhos da Comissão Técnica Independente para o novo aeroporto [de Lisboa] terem concluído que poderia ser um aeroporto complementar para voos ‘charter’ não regulares. Nós acreditamos que poderá ser mais que isso”, resumiu.
Entretanto, segundo apurou a Alentejo Ilustrado, está agendada para o próximo dia 16 de setembro uma reunião entre a plataforma cidadã “SIM! O Aeroporto de Beja é parte da solução” e responsáveis do Ministério das Infraestruturas.
Em 2022, a plataforma lançou uma petição pública, assinada por mais de quatro mil pessoas, na qual defende que “a utilização do Aeroporto de Beja, um dos quatro que constituem o sistema aeroportuário do Continente, há muito devia ter sido equacionada, para evitar-se a necessidade de vultuosos e precipitados investimentos e contrariar as crescentes assimetrias regionais existentes no País”.
