Universidade de Évora quer levar inteligência artificial para as minas

A Universidade de Évora (UE) e a empresa Redcorp, detida pelo grupo canadiano Ascendant Resources, juntaram-se para desenvolver um projeto com o objetivo de “revolucionar a exploração mineral” de metais.

Para isso, denominado projeto Hypermetal irá desenvolver a aplicação de tecnologia avançada, inteligência artificial (IA) e aprendizagem automática, em combinação com métodos tradicionais. O objetivo, refere fonte da UE, é “aumentar a eficiência e a precisão na exploração mineral, reinterpretando testemunhos históricos de perfurações e integrando métodos tradicionais, como geoquímica e mineralogia, com análises hiperespectrais”. 

Com esta abordagem, prossegue a instituição, será criação um “gémeo digital do corpo mineral, otimizando a identificação de novos alvos de exploração e melhorando a caracterização dos depósitos”.

Ainda de acordo com a UE, um dos marcos principais do projeto será a realização de uma sondagem, que será analisada com recurso à tecnologia hiperespectral. Depois, com a ajuda da inteligência artificial, os dados recolhidos permitirão “mapear com precisão as ocorrências de minérios”, num processo culminará “numa plataforma digital inovadora, capaz de processar imagens e gerar visualizações detalhadas da distribuição de minerais ao longo da sondagem”.

A ser aprovado pelo programa Alentejo 2030, o Hypermetal será testado nos depósito mineral da Lagoa Salgada (Grândola), onde, em 2022, um projeto para abertura de uma mina de cobre e zinco, apesar de contestado pela autarquia e associações ambientalistas, foi classificado pelo Estado como sendo de potencial interesse nacional (PIN).

Pedro Nogueira, professor do Departamento de Geociências e investigador no Instituto de Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora, revela que será igualmente desenvolvido um “análogo digital de uma sondagem-piloto”, igualmente com recurso à aplicação de inteligência artificial para a identificação de minérios e rochas, contribuindo para o conhecimento geológico da região e para a valorização dos recursos minerais do Alentejo, nomeadamente na faixa piritosa ibérica”.

“Estas metodologias podem ser facilmente adaptadas a outros contextos geológicos quando combinadas com os métodos tradicionalmente utilizados”, acrescenta Pedro Nogueira, segundo o qual o projeto “poderá abrir portas a novas cooperações entre a indústria e a academia”. 

Já para Mark Brennan, presidente executivo da Ascendant Resources, a integração da inteligência artificial e da tecnologia hiperespectral no setor de exploração mineral “representa um avanço significativo”, sendo que o projeto “reflete o compromisso” da empresa em “impulsionar a inovação e melhorar as nossas capacidades de exploração no projeto Lagoa Salgada”.

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