Valentino Cunha admite candidatura independente a Vendas Novas

O presidente da Câmara de Vendas Novas, Valentino Salgado Cunha, criticou o partido por não o ter escolhido para candidato à presidência do município, nas eleições autárquicas deste ano. O autarca “herdou” o lugar depois da renúncia ao mandato de Luís Dias, eleito deputado. Não tendo sido escolhido, admite liderar uma candidatura independente.

Conforme noticiado pela Alentejo Ilustrado, o PS de Vendas Novas aprovou a proposta para indigitar como candidata Paula Rocharte Valentim, presidente desta estrutura partidária e também da Junta de Freguesia de Vendas Novas. Valentino Salgado Cunha não concorda: “Coloco sempre o interesse de Vendas Novas acima de eventuais interesses partidários e pessoais e isso pode ter chocado, eventualmente, com aquilo que era a expectativa de alguns”, criticou. “Desiludido e injustiçado, é como me sinto ao saber que o PS decidiu não me (re)candidatar”.

Com esta decisão, argumenta, o PS mostra que não confia no trabalho que a atual equipa socialista está a desenvolver na autarquia. “Estamos a trabalhar há um ano, temos mais nove meses pela frente e tiram-nos assim o tapete, o que acaba por ser um bocado desmotivante, mas, com dedicação à cidade e ao concelho, não vamos abaixo, mas o sentimento não pode ser outro”, referiu.

Perante a escolha do partido para as próximas eleições, o atual autarca queixou-se de falta de apoio das estruturas locais do PS e admitiu que pode ter sido preterido por ter “opinião própria” e assumir “uma postura de corrigir algumas coisas que foram feitas no passado”, mas não especificou quais.

“As decisões têm as suas consequências e, tendo sido desconsiderado pelo partido desta maneira, vou à minha vida e façam as listas com as pessoas que aceitarem, pois não estou disponível para fazer só a figura de corpo presente”, declarou.

Questionado sobre a possibilidade de liderar um movimento independente, o autarca revelou já ter sido desafiado e, sem fechar a porta a uma candidatura, frisou que “o foco principal é cumprir o atual mandato até ao fim. No futuro, certamente, posso vir a ter outras oportunidades de participar de forma tão ativa como agora”.

Já o presidente da Federação Distrital de Évora do PS, Luís Dias, diz compreender “o sentimento de frustração” do presidente do município, mas salientou que “estas decisões têm que ser tomadas com base em vários fatores”.

“Foi considerado, ouvindo a comunidade, que Paula Rocharte Valentim reunia um conjunto de características individuais que faria dela a melhor candidata”, pelo que o seu nome foi colocado a votação na estrutura local do partido, argumentou.

Assinalando que o nome de Paula Rocharte Valentim “foi o único em cima da mesa” nessa votação, Luís Dias frisou que a escolha “foi unânime”, ou seja, “todos os elementos que compõem a Comissão Política do PS em Vendas Novas concordaram”.

“O Valentino tem um conjunto de capacidades que faria dele também um bom candidato, mas a questão foi colocada aos órgãos do partido, que foram soberanos, e a federação respeitará essa decisão”, realçou.

Luís Dias considerou que, quando em política não se ganha, “é preciso saber responder com espírito democrático”, destacando a confiança da Federação e da Concelhia de Vendas Novas do PS em Valentino Salgado Cunha para o que resta do mandato.

Partilhar artigo:

ASSINE AQUI A SUA REVISTA

Opinião

PUBLICIDADE

© 2025 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar