Onze grupos de cante do concelho de Serpa, acompanhados pela Banda Filarmónica da cidade e por 50 músicos convidados. Em palco estarão mais de 300 pessoas, num “EnCanto Sinfónico” agendado para o próximo dia 3 de novembro, no Coliseu de Lisboa (19h00), que irá marcar o arranque das comemorações dos 10 anos de classificação do cante pela Unesco. Os arranjos e direção são do maestro Carlos Amarelinho, deixando a organização a promessa de “um momento excecional para festejar a data e mostrar a força e dinamismo desta expressão cultural identitária”.
“Este percurso de 10 anos fez com que o cante se transformasse num símbolo do que é a cultura e a identidade do Alentejo”, sublinha o presidente do Turismo do Alentejo, José Manuel Santos, que esta terça-feira apresentou o programa das comemorações na Casa do Alentejo, em Lisboa. “É não só uma herança cultural”, prosseguiu, “mas essencialmente uma projeção do que a região sente e quer fazer”.
Além da criação de cinco itinerários de visita à volta do cante, o programa inclui “concertos, missas cantadas, exposições, colóquios”, entre outras atividades, no que o presidente do Turismo do Alentejo define como “um calendário de iniciativas muito interessante que estamos a procurar transformar em momentos de visitação ao território”.
A maior parte das iniciativas está centrada em 12 municípios. “O turismo tem, desde a candidatura, criado uma relação quase umbilical com o cante. É difícil imaginar o turismo no Alentejo separado do cante”, resume José Manuel Santos.
Entre os pontos altos inclui-se a inauguração do projeto museográfico da Taberna dos Camponeses, em Pias, e a “Vin e Cultura” em Ervidel (Aljustrel). A cerimónia comemorativa está marcada para dia 27 de novembro, em Ourique. No dia seguinte será inaugurada em Cuba a exposição “Cante Alentejano”, com trabalhos da fotojornalista Ana Baião, que lançará nesse mês um livro alusivo aos 10 anos de classificação.
Outro momento alto será o Cante Concerto Clássico, dia 27 de novembro, na Casa do Alentejo. Trata-se de um concerto clássico, com o Coro Ricercare e Orquestra Darcos, com direção do maestro Nuno Côrte Real, baseado no “Cancioneiro de Serpa”, de Maria Rita Cortez.
Para Beja está agendada a exposição de pintura de Joaquim Rosa “EmCante”, a inaugurar já no próximo dia 25 de outubro, no Centro Unesco. Dia 17 de novembro (10h00) haverá “Missa Cantada” na Sé, com modas religiosas do cancioneiro tradicional. E a 7 de dezembro um desfile de grupos corais pelas ruas da cidade.
A edição em papel da revista Alentejo Ilustrado, em banca a partir do próximo dia 1 de novembro, incluirá um dossiê especial dedicado ao cante alentejano.