“Eu acho que estas são eleições diferentes, são eleições de natureza autárquica e a avaliação que é feita ao partido é autárquica. Porém eu nunca me refugiei em nenhuma terceira responsabilidade, eu sempre disse que seja qual for o resultado, seja ele bom ou mau, o responsável máximo por esses resultados é sempre o líder do partido, nunca é o outro”, afirmou Ventura, à margem de uma arruada em Elvas.
O líder do Chega iniciou ali a campanha eleitoral, acompanhado pelo candidato à Câmara Municipal, José Eurico Malhado. Questionado sobre os objetivos para estas autárquicas, comparou com as últimas legislativas, recordando que em 2021 o partido obteve “208 mil votos” nas autárquicas e “um milhão e 400 mil” nas legislativas: “O Chega vem de uma base de 200 mil votos e tem que se aproximar da base das legislativas, é esse o desafio que o Chega tem nestas autárquicas”.
André Ventura mostrou-se confiante num bom resultado e garantiu que o objetivo é “ganhar várias câmaras e assumir essa vitória no país todo”. Entre as apostas está Elvas, onde o partido foi o mais votado nas últimas legislativas. “Queremos que esta cidade seja o bastião do Chega durante muitos anos”, afirmou.
A caravana seguiu depois para Monforte, com o líder do Chega a voltar a falar em “problemas” com a comunidade cigana: “Os ciganos tomaram conta desta terra, querem continuar a tomar, mas não é porque querem tomar para fazer o bem. Quiseram usar esta terra para se apropriar de benefícios e aterrorizar os que aqui vivem.”
“Há muitos que nos chamam racistas e xenófobos por uma coisa, eles nunca aqui vieram e não sabem o que é estar aqui, eles não sabem o que é viver aqui. […] Por isso não, vocês não são racistas e eu não sou racista, nós queremos que eles cumpram regras”, acrescentou.
Seguiu-se o discurso do candidato David Romão, que elogiou André Ventura, a quem chamou “um fenómeno”, e prometeu inspirar-se no exemplo do líder. “Vamos ter o nosso Monforte de volta, o Monforte que desapareceu durante estes 30 anos de governação de esquerda, governação de interesses e governação de compadrios”, disse, pedindo aos habitantes que “não se conformem com os problemas naturais do interior”.
Antes, em Elvas, José Eurico Malhado agradecera “a forcinha” de Ventura e deixou um apelo: “Dê-nos, todos os habitantes do concelho de Elvas, uma oportunidade e julgar-nos-ão daqui a quatro anos.”
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.











