A sessão decorrerá no Pavilhão Julião Sarmento, a partir das 18h00, também com o objetivo de “celebrar a relevância social, cultural e cívica da profissão em Portugal”, segundo um comunicado divulgado por esta organização representativa dos arquitetos.
“Vivemos um momento histórico em que é especialmente relevante lembrar que a arquitetura tem uma função social primordial”, defende Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos, citado no comunicado, sublinhando que o Dia Nacional do Arquiteto é, também, um momento para valorizar publicamente os contributos que os profissionais da área têm dado ao longo das décadas.
Esse contributo da arquitetura ao longo dos tempos, salienta a Ordem dos Arquitetos, tem caminhado “no sentido da construção de uma sociedade mais justa, sustentável e inclusiva”.
A escolha de João Luís Carrilho da Graça, 72 anos, Prémio Pessoa 2008, para ser homenageado este ano, reflete “o reconhecimento de um percurso excecional”.
“Carrilho da Graça tem uma obra muito importante e faz parte de uma geração de arquitetos portugueses que preenche as duas últimas décadas do século XX e as duas primeiras do século XXI”, recorda Avelino Oliveira, sublinhando que “enquanto autor, Carrilho da Graça é essencial para entender a arquitetura contemporânea portuguesa, e influenciou muitos jovens como arquiteto e como professor”.
A Ordem dos Arquitectos destaca ainda a “influência transversal” que Carrilho da Graça tem exercido, marcando gerações diferentes “através de uma prática assente na qualidade do desenho arquitetónico, na compreensão do lugar, na adaptação criteriosa dos programas propostos e numa linguagem que se expressa tanto no novo como na reabilitação.”
A cerimónia de homenagem integra-se no programa das comemorações do Dia Nacional do Arquiteto, data instituída para valorizar a dignidade da profissão e reforçar a sua missão pública.
Para a Ordem dos Arquitectos, esta celebração é também uma oportunidade de encontro entre profissionais, estudantes e público em geral, promovendo o debate sobre o futuro da arquitetura “num tempo marcado por desafios urgentes, como a crise habitacional, as alterações climáticas e a transformação dos espaços urbanos”, destaca ainda, no comunicado.
Nascido em Portalegre, em 1952, João Carrilho da Graça é autor, entre outros projetos, da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, concluída em 1993, Prémio Secil no ano seguinte, do Museu do Oriente, da musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge e da Escola Superior de Música do Politécnico de Lisboa, entre outros projetos.
Em 2022 foi distinguido com o Prémio Nuno Teotónio Pereira pelo projeto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, em Abrantes, e em 2024 voltou a receber o Prémio Secil Arquitetura (ex-aequo) pelo projeto Portas do Mar de requalificação do Campo das Cebolas, na capital.
Carrilho da Graça licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977 (atual Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa), ano em que iniciou a atividade profissional.
Foi por várias vezes nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013, 2019), e distinguido com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música (2008).
Ao conjunto da sua obra foram atribuídos outros prémios, como o da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA) em 1992, a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Chevalier des Arts et des Lettres da República Francesa (2010) e a Medalha da Academia da Arquitetura de França (2012).
Em 2023 recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora.