Agricultor constituído arguido por corte de estrada na fronteira do Caia

Um agricultor que participou no bloqueio da fronteira do Caia, em Elvas, em fevereiro de 2024, foi hoje constituído arguido, divulgou o movimento organizador dos protestos, que vai pedir uma audiência ao ministro da Agricultura.

Em comunicado, o Movimento Cívico de Agricultores lamentou que “passado mais de um ano, só agora a justiça decidiu atuar”, considerando que esta é a “demonstração cabal do estado da justiça portuguesa e do próprio país”.

“No meio de milhares de agricultores” que participaram nos protestos, “identificaram apenas uma pessoa, que curiosamente foi e é das pessoas mais ativas nas redes sociais ligadas à defesa dos agricultores portugueses”.

Um responsável do movimento cívico indicou à agência Lusa que este agricultor, José Boto, da zona de Estremoz, compareceu hoje no Tribunal de Elvas, após ter sido notificado.

Segundo o responsável, José Boto fez-se acompanhar por um advogado e optou por não prestar declarações, tendo sido informado de que está em curso um inquérito sobre os projetos, no qual é arguido por desobediência.

No comunicado, o Movimento Cívico de Agricultores realçou que, “aquando do fim dos protestos”, na sequência de um acordo, um representante “ao mais alto nível” do então Governo do PS “deu garantias de não represálias” aos manifestantes. “Quando as garantias de um alto governante já nada valem, então, já não existe Estado. É a lei da selva”, sublinhou.

Perante a situação, o movimento vai pedir uma audiência ao ministro da Agricultura, acreditando que o governante “não deixará de ser sensível a esta tremenda injustiça perpetuada pela mais baixa e abjeta mesquinhez”.

O Movimento Cívico de Agricultores vai também informar a Comissão Parlamentar de Agricultura e os grupos parlamentares da situação e exortou todos os agricultores a apoiarem o homem agora constituído arguido.

“A próxima vez que for chamado a depor, estaremos todos presentes demonstrando assim a nossa unidade, bem como a solidariedade que tão bem caracteriza os portugueses”, acrescentou.

A fronteira do Caia e outras por todo o país foram cortadas ao trânsito no dia 01 de fevereiro de 2024, num protesto de agricultores contra os cortes de ajudas comunitárias que chegaram a ser anunciados pelo então Governo e para reclamar o direito à alimentação adequada, condições justas e valorização do sector.

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