Em comunicado, a instituição confirmou os “atrasos no pagamento de determinados créditos laborais”, nomeadamente “o subsídio de Natal de 2024, já incluído no Processo Especial de Revitalização (PER) em curso, e o subsídio de férias de 2025”.
“Estes valores têm sido objeto de justa preocupação por parte dos trabalhadores e foram referidos na manifestação realizada no passado dia 28 de julho, junto ao Lar de São Francisco, convocada pelo sindicato que os representa”, salientou.
Os funcionários da SCM de Serpa concentraram-se, na segunda-feira, junto ao Lar de São Francisco, uma das valências da instituição, numa ação do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
No comunicado, a SCM de Serpa explicou que a instituição atravessa “uma situação financeira particularmente difícil”, que está a ser “agravada pelo atraso no início da atividade cirúrgica na Unidade Médico-Cirúrgica”.
“A gestão e arranque desta unidade estavam previstos no âmbito de uma parceria estabelecida com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) desde 2023. No entanto, essa parceria não se concretizou na prática”, realçou.
A instituição alegou que tem feito “sucessivas diligências” e mantido “contacto direto e insistente com a UMP” para se iniciar a produção cirúrgica e a atividade plena da unidade, mas até agora “não se verificou”.
“A situação reveste-se de especial gravidade, tendo em conta que o edifício se encontra concluído, totalmente equipado e com capacidade instalada para responder às significativas carências assistenciais da região e até do país”, sublinhou.
De acordo com a SCM de Serpa, a UMP comunicou, em dezembro de 2024, a resolução do acordo de gestão em parceria do Hospital de São Paulo, propriedade da misericórdia, apresentando como “alternativa a proposta de entrada da instituição num PER, como via para enfrentar o agravamento da sua situação financeira”.
“Face à ausência de outras soluções realistas e com base no compromisso assumido pela UMP, de que retomaria a gestão e operacionalização da Unidade Médico-Cirúrgica após a submissão do PER, a mesa administrativa optou por dar seguimento a esta proposta”, adiantou.
Assinalando que a situação se mantém indefinida, a instituição referiu que “sem a parceria prevista e anunciada desde 2023” a capacidade para iniciar a atividade médico-cirúrgica de forma autónoma “é, neste momento, extremamente limitada”.
Segundo o o presidente da UMP, Manuel Lemos, a União denunciou a parceria para “permitir à SCM de Serpa encontrar um mecanismo financeiro que permitisse resolver” as suas dificuldades financeiras. “Logo que estejam resolvidos, estamos interessados e disponíveis para encontrar e montar uma parceria” com a SCM de Serpa, limitou-se a acrescentar.