“Temos uma área estimada [ardida] de aproximadamente 600 hectares”, confirma Tiago Bugio, comandante Sub-regional de Emergência e Proteção civil do Alentejo Litoral., acrescentando que existem “muitas ‘ilhas’ que não arderam”, pelo que a Proteção Civil tem “ainda muito trabalho durante o dia” e os meios vão permanecer no terreno.
Até porque, destacou, as previsões para a tarde desta quarta-feira apontam para “uma rotação do vento que pode surpreender” os operacionais. Mas “temos os meios no terreno a consolidar pontos quentes e a garantir as operações de rescaldo” deste incêndio que deflagrou, na terça-feira, na zona de Vale da Eira, na freguesia de Ermidas-Sado.
No âmbito deste sinistro, cujo alerta foi dado às autoridades às 16h42, as chamas consumiram sobretudo áreas de “eucalipto, pinhal, montado de sobreiro e azinheira, zonas de mato e de pasto”, refere Tiago Bugio.
Questionado sobre as causas prováveis da ignição, afirma que “vários populares referiram que foi audível a trovoada” à mesma hora a que eclodiu o foco de incêndio e que “sentia-se naquele momento um vento muito forte”, o que leva a presumir “que terá sido [por] causas naturais”.
“Tivemos a ajuda do meio aéreo nas zonas de maior dificuldade de acessibilidades”, diz Albano Pereira, vereador da Câmara de Santiago do Cacém, relatando “momentos muito complicados” durante a noite de terça-feira com “alguns reacendimentos muito fortes” que foram combatidos pelos bombeiros, com a ajuda das máquinas de rasto, o que “facilitou a acessibilidade dos carros de combate à frente de fogo”.
“Não houve casas em risco, não houve animais [em perigo], apenas algumas matas de eucalipto e pastagens”, afiançou.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Ermidas-Sado, Carlos Parreira, refere que a proximidade das chamas à localidade de Vale da Eira, onde residem “cerca de 40 pessoas, a maioria idosos”, causou alguma preocupação.
Apesar do susto, o incêndio “não [chegou a] atingir casas, suiniculturas e outras construções” nesta freguesia do interior do concelho, afirmou o autarca, que tem coordenado o fornecimento de refeições aos operacionais que se encontram no terreno.
As chamas chegaram a mobilizar uma total de 428 operacionais, apoiados por 158 veículos, dois helicópteros e sete aviões, assim como sete tratores agrícolas e quatro máquinas de rasto.