Ordem cria grupo de trabalho para responder à falta de médicos no interior

A Ordem dos Médicos criou um grupo de trabalho que vai apresentar até ao final do ano propostas para combater a falta de clínicos nas zonas do interior, com o objetivo de entregar em janeiro de 2026 uma resposta estruturada ao Governo e aos partidos.

A Ordem dos Médicos criou um grupo de trabalho que vai apresentar ao Governo e aos partidos uma resposta para a falta de clínicos nas zonas de baixa densidade populacional, revelou o bastonário Carlos Cortes, acrescentando que este grupo de trabalho deu “os primeiros passos” numa reunião entre dirigentes nacionais e dos conselhos sub-regionais da Ordem, realizada em Évora.

“Queremos apresentar uma resposta muito concreta” e, nesta reunião, já foram apresentadas algumas ideias, “que vão desde condições financeiras e de trabalho, à ligação à comunidade, por exemplo, a estabelecimentos de ensino superior”, adiantou.

O grupo de trabalho é coordenado pelo presidente do Conselho Sub-Regional de Vila Real da Ordem dos Médicos, Fernando Salvador, e formado por médicos indicados por cada conselho sub-regional. “Esperamos ter o documento fechado, sensivelmente até ao final do ano, para o podermos apresentar ao poder político, ao Governo e na Assembleia da República, em janeiro” de 2026, disse Carlos Cortes.

O bastonário destacou os exemplos de Évora, Beja e Portalegre como zonas que enfrentam uma forte carência de clínicos e onde se estão “a perder muitas especialidades médicas”.

“Não queremos ter todas as especialidades em todas as áreas do país, não é possível”, mas tem de haver “uma boa rede de referência das várias especialidades” e “uma base de resposta que possa tratar dos doentes, pelo menos numa primeira fase”, afirmou ainda o bastonário da Ordem dos Médicos, segundo o qual “tanto nos cuidados de saúde primários, como nos cuidados hospitalares, isso não está a acontecer”.

Por isso, defendeu, “tem de haver uma política nacional de resposta para essas zonas” carenciadas de médicos, considerando que “os incentivos que estão a ser desenvolvidos não são incentivos que consigam captar os médicos”.

“Tem de haver outra política, que passa por condições remuneratórias e de estrutura familiar do médico para que possa ter uma resposta para seus filhos e cônjuge, um conjunto de ligações, por exemplo, para desenvolver a sua atividade formativa e contacto com entidades do ensino superior”, acrescentou ainda Carlos Cortes, referindo que na reunião, em Évora, foi feito um balanço negativo e de “enorme preocupação” sobre a saúde em Portugal.

O bastonário adiantou ainda que a Ordem dos Médicos vai apresentar, nas próximas semanas, ao Governo e aos grupos parlamentares um conjunto de 20 medidas para “ajudar a ultrapassar problemas” do setor e uma proposta para a nova carreira médica.

Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Manuel Almeida (Lusa)/Arquivo

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