Com estreia agendada para as 18h30, no Pavilhão Multiusos, o filme retrata parte da expedição de 1497, comandada por Vasco da Gama sob ordens de D. Manuel I, explorando “parte da expedição de 1497, comandada por Vasco da Gama, sob ordens de D. Manuel I”, e centra-se nos “desafios humanos, políticos e naturais enfrentados pela tripulação”.
Segundo o realizador, o objetivo foi “explorar o lado humano da epopeia, sem cair na representação heroica convencional”. Cláudio Jordão explicou ainda que “desde o princípio, eu e o Bruno Martins Soares [guionista] quisemos explorar o lado mais humano e emocional de Vasco da Gama e não apenas retratá-lo como herói ou grande navegador. A relação nem sempre fácil com o seu irmão Paulo serviu-nos como guia narrativo e como um paralelismo entre o início, o meio e o fim da aventura”.
Assim, para além de apresentar “uma versão mais íntima” do navegador, a animação dá a conhecer episódios como a “lenda da aguilhada, símbolo da promessa de alcançar a Índia” e aprofunda “a complexa relação com o irmão Paulo da Gama”. O realizador sublinha que “mais do que o feito náutico, o filme evoca as estratégias políticas e comerciais que exigiram determinação e espírito de aventura, num mundo ainda muito longe de ser globalizado e que, tal como hoje, lutava contra as vozes da discórdia e do medo, pelo sonho de ir e ser mais além”.
A estética do filme parte dos azulejos portugueses, também presentes em Sines, cidade natal do navegador, e vai evoluindo ao longo da narrativa para “cores e padrões das geografias visitadas”. Esta opção visual foi influenciada pela “importância que a azulejaria” tem em Sines, “não só pelos painéis da antiga estação de comboios, como também pela espetacular Igreja de Nossa Senhora das Salvas, mandada reconstruir pelo próprio Vasco da Gama”, revelou Cláudio Jordão.
O argumento, assinado por Bruno Martins Soares, contou com a colaboração de investigadores e especialistas em História dos Descobrimentos e inclui excertos de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, estabelecendo uma ligação entre a epopeia histórica e o imaginário literário.
Segundo a autarquia, a obra aborda ainda “elementos menos conhecidos” da viagem, como o “papel do astrónomo Abraão Zacuto no sucesso da navegação no Hemisfério Sul, a partilha de conhecimentos com Bartolomeu Dias” e curiosidades como “o uso de alhos e cebolas a bordo para indicar direções à tripulação, maioritariamente analfabeta”.
A estreia está marcada para as 18h00 deste domingo, no Pavilhão Multiúsos de Sines, e o filme destina-se a todos os públicos, tendo sido concebido como ferramenta cultural e pedagógica.
Para o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, trata-se de um projeto acessível a diferentes idades, pois pretende “explicar de uma forma mais leve como é que Vasco da Gama conseguiu descobrir o caminho marítimo para Índia”. O autarca acrescenta que a ambição é levá-lo “a vários festivais de cinema espalhados pelo mundo e noutros momentos considerados fundamentais, porque continuamos a comemorar os 500 anos de Vasco da Gama, que é a grande figura de Sines”.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Câmara de Sines/D.R.