Mora: Descargas de esgotos para o Rio Raia são “inconcebíveis”

O PCP considera “inconcebível” a descarga de esgotos da vila de Mora diretamente para o Rio Raia, sem qualquer tratamento. O caso foi revelado esta terça-feira pela Alentejo Ilustrado.

Problemas no funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Mora, detetados há meses, fazem com que os esgotos corram diretamente para a Ribeira da Raia. O caso foi noticiado ontem pela Alentejo Ilustrado e levou a uma reação de Marco Calhau, vereador do PCP na Câmara de Mora, segundo o qual trata-se de uma situação “inconcebível, que não pode ocorrer nos dias de hoje”.

“Estamos a a falar de descargas da ETAR que estão a correr a céu aberto, quem passa no local vê perfeitamente o que está a acontecer, e tudo isto tem complicações ambientais que são gravosas para o ambiente, para a vida e para a flora das nossas ribeiras”, acrescenta o autarca.

Na origem do problema estará a avaria de duas das três bombas da estação elevatória situada na Rua do Barco, que elevam o caudal das águas residuais até à ETAR, e cujo não funcionamento faz com que os esgotos corram para uma vala que os conduz diretamente ao Rio Raia. Ouvida pela Alentejo Ilustrado, a presidente da Câmara de Mora, Paulo Chuço, garantiu que a intervenção destinada a reparar “algumas anomalias” estará concluída no início deste mês de agosto.

“Não sei ao certo quando é que o problema surgiu, aliás, nem tenho certeza que a própria presidente saiba. Há anos que temos as ETAR a funcionar, há anos que temos aquela estação elevatória e, quando era feita uma vigilância, uma manutenção atempada, as coisas não aconteciam desta forma”, acrescenta Marco Calhau, criticando o que classifica de “abandono” destes equipamentos. 

O autarca lembra que no final do mandato do anterior Executivo, liderado pela CDU, a Câmara tinha dois funcionários “que trabalhavam permanentemente nas ETAR e na estação elevatória, fazendo a manutenção dos equipamentos”, tendo sido retirados dessas funções e integrados pelo atual Executivo, de maioria PS, na “equipa de águas, onde respondem a muito mais solicitações, como ruturas nas redes de abastecimento”.

“Quando tínhamos trabalhadores em permanência neste setor, quando havia um problema com o funcionamento da ETAR este era imediatamente identificado e corrigido, neste momento passa tempo até os problemas serem identificados e, quando se vai corrigir, já temos estas consequências gravosas para o ambiente e com mais custos para o Município”, refere ainda  Marco Calhau.

Partilhar artigo:

edição mensal em papel

Opinião

PUBLICIDADE

© 2024 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar