O Município de Beja enviou uma carta, assinada pelo presidente Paulo Arsénio, ao presidente do Conselho de Administração da CP, Pedro Guedes Moreira, datada de 11 de abril, a solicitar esclarecimentos sobre um possível adiamento na entrega de 22 novos comboios para o serviço regional.
Na missiva, o autarca reagiu à notícia do jornal “Público”, onde se dava conta de um possível atraso de um ano na entrega das novas automotoras, contratadas à empresa suíça Stadler.
Paulo Arsénio recordou que a CP tinha informado a autarquia de que, das 22 novas composições, 12 seriam bimodo — aptas a circular em linhas não eletrificadas — e as restantes 10 seriam elétricas. A Linha do Alentejo e Beja, frisou, seriam diretamente beneficiadas com este reforço de material circulante, cuja substituição se considera urgente devido ao desgaste e à antiguidade dos comboios atualmente em circulação.
O autarca confessou ter recebido a notícia do possível atraso “com grande apreensão” e questionou a administração da CP sobre a veracidade da informação, assim como sobre a previsão de entrega das primeiras automotoras, inicialmente marcada para outubro de 2025.
Caso se confirme o adiamento, a Câmara de Beja quer saber qual a nova data de entrega e se a CP planeia, ainda assim, colocar ao serviço da Linha do Alentejo — particularmente no troço Casa Branca–Beja — algumas destas novas unidades, e em que número.
De acordo com o artigo publicado pelo “Público”, as 22 automotoras deviam começar a chegar entre outubro de 2025 e junho de 2026, mas atrasos na produção deixam a CP, pelo menos, mais um ano sem novo material circulante. A encomenda foi assinada em outubro de 2020 por 158 milhões de euros, prevendo-se, então, a entrega de duas automotoras por mês a partir de outubro de 2025.
Segundo fonte oficial da CP citada pelo jornal, “face a diversas contingências, o fabricante prevê que já não seja possível o cumprimento do prazo de entrega”.