Cabeça Gorda inaugura museu com mais de dois mil brinquedos de outras épocas

Brinquedos de madeira, lata e plástico fabricados desde o século XX recheiam, a partir deste sábado, as estantes do Espaço Museológico da Brincadeira, na aldeia de Cabeça Gorda, no concelho de Beja.

O antigo lavadouro de Cabeça Gorda é agora um novo espaço para “celebrar o direito ao brincar”, com “brinquedos de outros tempos, relíquias com alma e histórias por descobrir”. 

O projeto, que resulta da colaboração entre a Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, a Câmara de Beja e o colecionador Rogério Fialho, que ao longo de décadas reuniu um vasto acervo de brinquedos, não poderia ter melhor “casa”. O espaço museológico nasce no antigo lavadouro da freguesia, “agora totalmente recuperado e adaptado para acolher uma exposição única de brinquedos de outras épocas”.

“A antigo lavadouro, um espaço de encontro comunitário, ganha agora nova vida, mantendo-se como ponto de partilha e afeto entre gerações”, destaca fonte da Câmara Municipal.

O Espaço Museológico da Brincadeira, que reúne “entre dois a três mil” brinquedos do espólio de Rogério Fialho, é, segundo o próprio, “uma visita ao passado”. Nessa viagem, diz Rogério Fialho, os mais novos podem “ver como eram os brinquedos dos seus pais [ou] dos seus avós e desfrutar de todo aquele espaço”.

Composto por 18 vitrinas com brinquedos de madeira, lata e plástico, o museu apresenta também aos visitantes um espaço destinado à brincadeira, um quiosque com material escolar, uma loja de brinquedos, um espaço para exposições temporárias e uma “pequena biblioteca” com livros infantojuvenis.

“Temos cronologicamente brinquedos de madeira, bonecas da feira, brinquedos de metal de várias fábricas existentes em Portugal, desde 1940 até 1980”, indicou o colecionador, revelando que estão também em exposição “brinquedos estrangeiros, como por exemplo a Barbie, o Aquaman ou os Smurfs, brinquedos japoneses e da República Democrática da Alemanha dessa altura, enfim, uma panóplia de brinquedos para todos os gostos e feitios”.

Ainda assim, para Rogério Fialho, existe uma parte da coleção que lhe “dá muito gosto” e que, por isso, adquire um destaque especial no espaço: “Temos uma coleção de brinquedos de uma fábrica do Algarve, que era a Plásticos Aliança Farense (IPAF), que já fechou, mas que tinha uns brinquedos muito coloridos e muito interessantes”..

Paralelamente, o espaço desenvolverá oficinas de construção de brinquedos recicláveis, tais como “papagaios” de papel ou “carrinhos de arame”. Segundo Rogério Fialho o espaço museológico será um “lugar vivo” e “um ponto de encontro intergeracional” no qual “os [visitantes] mais velhos vão, certamente, ficar emotivos, porque há brinquedos que recordam a sua mocidade [e] os mais novos vão ver realmente como é que se brincava há 20, 30, 40 e 50 anos com os brinquedos que existiam”.

Rogério Fialho reforçou ainda o facto de o espaço não ter rede de acesso à internet, uma vez que “é para brincar e para ver os brinquedos, não para estar a jogar ou agarrado ao telemóvel”.

O novo espaço museológico estará aberto ao público às quartas-feiras e no primeiro e terceiro fim de semana de cada mês. Existe a possibilidade de agendar visitas guiadas fora dos dias programados, sempre que seja necessário.

A primeira exposição temporária patente no espaço é dedicada aos “artesões locais”, isto é, aos brinquedos produzidos por artesãos da região, nomeadamente de Cabeça Gorda e de Beringel, outra freguesia do concelho de Beja. “No geral, serão brinquedos de barro, arame, cortiça, madeira [e] feitos por pessoas da nossa região, [mas] temos também brinquedos do estrangeiro, mais precisamente de Cabo Verde”, conclui o colecionador.

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