Segundo o Município de Alcácer do Sal, o sítio arqueológico recebe até 22 de agosto um grupo de estudantes internacionais de 10 nacionalidades, participantes de uma Escola de Verão da ArchaeoSpain, empresa parceira da autarquia neste segundo ano de escavações”.
Trata-se de um projeto plurianual de investigação em arqueologia, com a duração de quatro anos, desenvolvido por investigadoras do CIDEHUS – Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades, da Universidade de Évora, e do CECH – Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, da Universidade de Coimbra, “unidades de investigação financiadas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia”.
Descoberta em 1977 e alvo das primeiras escavações no final da década de 1980, a ‘villa’ tinha sido intervencionada pela última vez em 2007. O Município recorda que o ano de 2024 marcou o início deste projeto de investigação que tem por objetivo “não só ampliar o conhecimento arqueológico, alargando a área escavada da Villa Romana de Santa Catarina de Sítimos, mas sobretudo desenvolver um plano de salvaguarda e valorização que permita preservar o sítio arqueológico e torná-lo acessível ao público”.
O trabalho em curso aposta também na vertente formativa e de envolvimento da população. “Uma investigação em prol da salvaguarda e da valorização, com a formação de alunos nacionais e internacionais para promover o turismo cultural e envolver a comunidade local”, sublinha a autarquia.
A existência da ‘Villa’ Romana de Santa Catarina de Sítimos foi identificada em 1977 devido ao alargamento de uma rua na aldeia de Santa Catarina de Sítimos. No entanto, só no final da década de 1980 se concretizaram os primeiros trabalhos arqueológicos, altura em que se iniciaram os primeiros trabalhos de escavação, direcionados para definir a área arqueológica.
Ao longo dos anos, as intervenções permitiram descobrir “vestígios de dois núcleos de ocupação nesta área, que integrariam uma importante ‘villa’ romana”. Segundo a autarquia, destaca-se uma “grande natatio/piscina com a respetiva escadaria de acesso ao interior, que provavelmente fará parte de uma estrutura termal”.
A cronologia revelada indica que a ocupação se estendeu desde meados do século I a.C. até, pelo menos, finais do século V. Após esse período, verifica-se presença humana em contexto islâmico e, depois, na fase cristã após a conquista de 1217, contribuindo para o desenvolvimento da aldeia atual.